Sexy como qualquer página centerfod da Playboy. De cima para baixo, com todas as medidas no lugar, eis a anatomia do cheeburguer sugerido pelo compêndio Modernist Cuisine, que, mais de uma caixa de livros, tornou-se um órgão vivo, que nos mastiga e engole com lançamentos sucessivos. Como ainda não tenho o meu, em nenhuma [ Leia mais… ]
O churrasquinho no espeto é um monumento da gastronomia carioca. E de caráter arqueológico, já que está na crônica das ruas do Rio de Janeiro, na arqueologia e na literatura. Era quitute de trabalhadores libertados – ou até de seus senhores empobrecidos. Em qualquer caso, a origem humilde significava riqueza de aromas – o cheiro [ Leia mais… ]
Alissa Ohara sugere, a gente obedece. E lá veio o combinado de sushis de olho-de-boi e… água viva, lá no balcão de cima do Azumi. Longe daquele aspecto sinistro, o bicho chega na maior elegância: fatiado como uma massa do tipo cabelo-de-anjo, mas com jeitão de vermicelli, já que é transparente. Pelo que eu já [ Leia mais… ]
Volta e meia, lanço uma brincadeira no instagram sobre o meu café da manhã, lembrando o absurdo de não termos ingredientes como shoyu, ovas, coentros, pimentas e outros condimentos, massas e seus ensopados, carnes como o de cordeiro e seus molhos. Não é só uma debochada com o senso comum – odeio café com leite [ Leia mais… ]
Tem certas pesquisas que merecem mais profundidade. Uma delas é a que me intrigou: Espaço Açores, que Joe Best, um chef rock’n’roll, filho de Sintra me chamou a atenção quando fiz a matéria Lisboa Remix, para o Caderno Ela, do Globo. Na realidade, ele, mui justamente, esculachou uma bobagem que eu escrevi. Mas como tudo [ Leia mais… ]
Saída do cardiologista com a boa notícia debaixo do braço: depois de tudo o que comi e bebi ao longo desses anos, dieta liberada. Meus crimes compensaram, meus pecados foram relevados, meus excessos não foram computados, meu arquivo foi limpo, meu foie não ficou gras. Mas um pequeno castigo estava à espreita – ninguém mandou [ Leia mais… ]
EspetoHoje, os espetinhos japoneses, os yakitoris (焼鳥) estão em todos os cantos. Até naqueles réchauds baforentos de churrascarias e restaurantes a quilo (uma contradição em termos). Mas nos primeiros tempos do Azumi, ainda eram uma raridade com cara arqueológica e que despertavam reações sociológicas.Uma delas era essa aí, da foto, a de tentáculos de lulas, [ Leia mais… ]
O novato vai imaginar que a amêijoa é uma novidade na gastronomia. Ignorem-no. Avisem antes que integra o paladar das das populações costeiras lusitanas há 80 séculos. No próprio método de preparo, evoluiu pouco: bafo sob sob o fogo delicado, alcançando a cataplana dos parabes e chegando ao batismo do poeta ‘Bulhão Pato’, homenagem de [ Leia mais… ]
A rigor, é muit difícil de dizer o que é uma cozinha carioca. Além de alguns exemplares como a feijoada, dita carioca somente por causa do feijão preto, e do arroz com feijão, que mesmo assim está presente em boa parte do Caribe e da América Central. Há outros expoentes como a rabada e a [ Leia mais… ]
Denominação que os bascos conferem aos jovens alevinos de enguias, que descem os rios para garantir a vida na faixa que vai do norte da África Atlântica ao Golfo de Biscaia, pegando o litoral português e o de galegos e cantábricos em cheio. Ou alcançar a glória na gastronomia de bilbaínos e gascões, que as [ Leia mais… ]
É pudim de sofisticada e gordíssima massa de açúcar derretido com canela, toucinho e cascas de limão, ao qual juntam-se gemas e vinho do porto. Depois de assado e desenformado, guarnecem-lhe nozes, se convier. A receita é atribuído ao padre Manoel Joaquim Machado Rebello, abade da cidade de Priscos, que seria ainda autor de uma [ Leia mais… ]
O problema com as máscaras de carnaval é que os olhos do fantasiado desaparecem. A aversão de muitos – a minha, com certeza – a respeito do antigo folguedo, hoje uma mera arruaça, pode vir daí. Especialmente no caso das antigas fantasias de bloco, toscas, mal acabadas, com bafo. Mesmo as modernas, com cara de [ Leia mais… ]
Caprese com burrata ao manjericão e sal negro Chef Ronaldo Canha Restaurante Quadrucci, Leblon Ingredientes 120gr de burrata 10g de manjericão 80g de mussarela de búfala 100g de tomate fresco em 4 fatias 30g de tomate concassê temperado (tomate cortado em cubos sem pele e sem semente temperado com sal pimenta do reino e [ Leia mais… ]
A surpresa a que me referi no post sobre a visita ao Entretapas é esse aí, um misto de batatas tremens, delírios fritos, cornucópias ibéricas, lingüiças, laricas e ovos fritos. É claro que isso substitui qualquer sobremesa. São os huevos rotos, que significa, literalmente, ovos rasgados, um picado em que a crocância da [ Leia mais… ]
Por que os brasileiros amam tanto dos caranguejos dos restaurantes de rede americanos, aquele em que se martelam as pinças, as carapaças e as próprias mesas (na hora da arruaça) , quando nós, aqui, poderíamos ter uma cultura desse tipo de iguaria? Mas será que podemos? Uma dos caranguejos que temos é o uçá, [ Leia mais… ]
1990 Anno Domini. À revelia de nossos sócios na saudosíssima boate Press, eu e Marcelo Maia resolvemos comprar uma máquina profissional de cortar frios para a casa. Motivo: o carpaccio. Para o público, seria sucesso certo daquela que era uma exclusividade de restaurantes finíssimos – mas não tínhamos, eu ou ele, pensado um minuto sequer [ Leia mais… ]
Esse seria um post para uma seção que eu iria inaugurar, mas deixei pra depois. Seria o “Foto roubada do Instagram do Dia”, uma variação do “Imagem do Dia”. Mas aí eu vi o registro do Alexandre Bronzatto, o nosso Bronza, sujeito delicado e picante, complexo e estruturado, crítico imparcial e advogado da boa mesa. [ Leia mais… ]
São quatro as pizzas da minha memória afetiva, as duas primeiras, da infantil: a portuguesa do Pizza Pino, rede de Paris, que vinha com um ovo frito com gema mole no meio; a de presunto do Jangadeiros, hoje extinto, onde eu e meu irmão, em um pós-praia com nosso pais, demos um show de [ Leia mais… ]
Feijoada à mineira Carlos Drummond de Andrade Uma velha e perfeita cozinheira a quem pedi a fórmula sagrada Da feijoada à mineira, Mandou-ma. Ei-la: “Receita de feijoada – Tome coisa de um litro de feijão Preto, novo, sem bicho, E, depois de catado com capricho, Jogue no caldeirão. (Com [ Leia mais… ]
O correto seria Comfort Zone, mas como esse site é uma zona, ficamos com o conforto do paladar do mais novo hambúrguer especial, da série de assinaturas e homenagens, com os quais o Joe & Leo’s marca seus aniversários e outras datas que valham a parceria entre carne carne com o pão pão, queijo [ Leia mais… ]
Poderoso, opulento, suculento e muito saboroso. Esse é o ‘prime rib’, um dos mais nobres cortes que os cortes americanos e ingleses possam colher de seus gados bovinos. É o corte para grelhados por excelência e o belo desenho que proporciona, quando preparado ainda com o longo osso da costela, tornou-se o ícone dos cortes [ Leia mais… ]
Expressões como releitura e desconstrução já estão datadas no campo da gastronomia. Cansaram. Mas eis que surge a sugestão do Cracco, brilhante restaurante milanês, que exige um breve retorno das duas palavras desse exílio no limbo da banalização da gastronomia. A rigor, é uma sobremesa, mas, de fato, é uma união do chocolate [ Leia mais… ]
Tartare de atum e pepino crocante, tapioca de caviar Claude Troisgros (Olympe) Receita para 4 pessoas O molho 4 colheres de mirin (vinho de arroz) 4 colheres de molho de soja 2 colheres vinagre de arroz 1 colheres azeite extra virgem ¼ de colher de mel Sal o quanto baste Misturar os [ Leia mais… ]
Floating islands, îles flottantes, ovos nevados, são vários os nomes pelos quais a hotelaria consagra essa sobremesa de claras cozidas, embebidas à farta na chamada crème hollandaise e servidas com guarnições que vão de salpicos de canelas a reduções de baunilhas, passando por essências como as de flores de rosas ou de laranjeiras. No caso [ Leia mais… ]
Esse é o sashimi de sardinha marinada do Ten Kai, que conhecemos durante a degustação de saquês na ABS. De todas as variedades apresentadas no evento, César Hasky, proprietário do restaurante e parceiro do encontro, aponta o tokubetsu junmai, o saquê cru com resíduos de arroz. “Harmoniza bem com alimentos de sabores fortes”, [ Leia mais… ]
De Monselet a Dumas, a poesia do escargot, uma iguaria “sans vergogne”. “Je t’estime et je t’aime, escargot de Bourgogne, Pour ta sage lenteur, et ce goût du foyer Qui te fait transporter ta maison sans ployer, Vagabond méthodique et cornu sans vergogne”. Do occitano ‘escaragol’, a partir do provençal ‘caragou’. É [ Leia mais… ]
Essa peça acima é uma das mais cobiçadas pedidas das grelhas cariocas. É um corte que, após 8 horas de forno muito lento, perde metade de seu peso em gordura, guardando somente a carne, que de tão macia, cede ao menor contato do garfo. A chegada da peça no salão do Esplanada Grill, em [ Leia mais… ]
Ou pintxo, se formos ao original dos bascos, profissionais que são nesse tipo de tapa, especialmente se for de atum. Nesse caso, do Venga, no Leblon, o original em metal, que ajuda a assar a carne por dentro. Ajuda quem é bom, prejudica quem é burro: se deixar demais, a parte macia de dentro vai [ Leia mais… ]
Pasmem: a palavra encharcada (o doce, não o particípio) não está nos dois principais dicionários brasileiros. Um lapso, quando tratamos de nomes como Aurélio, que, como todos os demais, baseia-se em antigos léxicos lusitanos, como os de Morais Silva ou de Caldas Aulete. Ou de Houaiss, em que o lapso é imperdoável: ele [ Leia mais… ]
Lendo a matéria que o Estadão publicou em janeiro sobre a culinária de Okinawa, tive de recorrer aos meus embaixadores no Oriente para obter mais informações sobre o umibudo, uma variedade peculiar de alga, que se encontraria no único restaurante especializado na região. Em São Paulo, claro, sempre lá. De Chamaine Solomon e [ Leia mais… ]