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Palavra do Dia
Fraldinha não existe?
[10 mar 2014 | Pedro Mello e Souza | 2 comentários ]

Pelo menos para os dicionários tradicionais, a fraldinha, deliciosa, suculenta, corte fundamental para um churrasco digno de menção, não existe. A pesquisa nas versões que eu tenho de Aurélio Buarque de Hollanda e de Antonio Houaiss, que se dizia gourmet, levam a gracejos como fraldilha e fraldicurto. Tentei “fraldão”, mas sem item com relação com [ Leia mais… ]

Gunkan
[3 mar 2014 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

De 軍艦巻き, que significa, literalmente, enrolado em forma de navio – ou, melhor ainda, de porta-aviões, que os japoneses conhecem como ‘gunkan’. Variedade lúdica de sushi com o arroz envolto por uma fita de alga (proa, popa, bombordo e boreste) em que o topo do convés é coberto por alguma iguaria fina, ovas, principalmente, que [ Leia mais… ]

Penne! Penne! Penne!
[28 fev 2014 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

Penne é massa artesanal? Olhando para os desenhos perfeitos de cada uma das massinhas, é duro pensar que não, já que a forma é tão simples. Mas isso é caso antigo, desde 1865, mais exatamente, quando o genovês Giovanni Capurro pediu a patente de um dispositivo que cortava as massinhas na diagonal. Com ela, dispensava [ Leia mais… ]

Eringi na moda?
[21 fev 2014 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

Não é moda nenhuma. É o sinônimo abestalhado de um cogumelo que já circula por aí há muito tempo, o cardoncello, muito melhor do que qualquer shitake. O nome, tiraram do latim eryngii, do nome científico. Na Europa, é o mais importante cogumelo do gênero Pleurotte e, nos Estados Unidos, vem se consagrando em pratos [ Leia mais… ]

Zazá e o couscous
[19 fev 2014 | Pedro Mello e Souza | Um comentário ]

Francês respeita poucas cozinhas. Uma olhada em compêndios como o Larousse Gastronomique, totalmente centrado no próprio umbigo de uma das nossas nações gastronômicas favoritas, mostra o que quero dizer. Só pensam neles, só falam neles. Por isso, causa um certo espanto quando eles se dedicam tanto a uma culinária estrangeira, especialmente a de uma ex-colônia. [ Leia mais… ]

Basílico ou manjericão?
[16 fev 2014 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

Adorável ícone do herbarium mediterrâneo, é uma planta com histórico próximo a divindades (Vishnu, na Índia) e realezas, como no mandarim ‘luo lo’ (羅勒 – cacho real) ou como no latim, ‘erba regia’ do tempo dos romanos, exclusiva de políticos e dignatários por ser, na época, tão rara. Entre os egípcios, torna-se um desafio para [ Leia mais… ]

Dia do namorado
[14 fev 2014 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

Custou, mas o namorado entrou na zona de conforto de quem pede pratos de peixes brancos. É uma lista banal, antes restrita à trinca linguado, badejo e o cherne. Há espécies ainda melhores, que desprezamos, como trilhas, vermelhos, além do robalo e do pargo, que, quando disponível, dão outro padrão a esse integra esse “grand [ Leia mais… ]

O design das massas
[28 jan 2014 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

  Das mãos das nonnas às pranchetas dos engenheiros, surge um novo desenho em um dos paraísos dos gourmets (Pedro Mello e Souza, especial para a revista Magazine 50)   Em 1987, no auge de sua badalação, o arquiteto Philippe Starck recebeu uma encomenda inesperada das massas Panzani, francesa, a maior do gênero fora da [ Leia mais… ]

Lasagnette: o fim de Marco Polo
[20 jan 2014 | Pedro Mello e Souza | Um comentário ]

Nada mais vencido e datado do que a história das massas italianas que atribui sua chegada no Ocidente a Marco Polo. Há algum tempo, os historiadores se dividem: um grupo deles assegura que o mais próximo que lendário viajante veneziano esteve da China foi uma masmorra persa. Outros, bem mais embasados, mostram que o garboso [ Leia mais… ]

O que entendemos como risoto…
[15 jan 2014 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

“Il riso nasce nell’acqua e muore nel vino”. O belíssimo adágio lombardo define, em uma única sentença os rudimentos, na base e na nobreza do ‘risotto’, o destino glorioso do arroz no altar dos prazeres. Há quem afirme que a especialidade seria uma variação da ‘paella’, já que os próprios espanhóis teriam introduzido o arroz [ Leia mais… ]

Acquarello no Brasil
[14 jan 2014 | Pedro Mello e Souza | Um comentário ]

Antes de mais nada, sem piadinhas com Ary Barroso. Mas preparem-se: essa melodia tem tudo para tomar conta das partituras culinárias em torno do arroz. Chega com paladar rico, pedigree nobre e um irresistível gimmick de imprensa: é envelhecido por sete anos. Trata-se do acquarello, não um tipo, casta ou variedade, mas uma marca de [ Leia mais… ]

Turbot: o rei dos linguados?
[6 jan 2014 | Pedro Mello e Souza | Um comentário ]

“Cy commence le viandier Taillevent, maistre queux du Roy de France, ouquel sont contenues les choses qui s’ensuivent: Et premièrement: Pour dessaler toutes manières de potaiges. Pour oster l’arsure des potaiges que l’en dit aours. Bousture de grosse chair. Turbot Hericoc de mouton; boully lardé”.   (Le Viandier de Taillevent, século 15)   Pelo trecho [ Leia mais… ]

Shiso ( しそ)
[23 dez 2013 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

A expressão vem do japonês しそ, que define a folha aromática, de forma de um naipe de espadas, mas de bordas raiadas, de planta da família do hortelã, apesar de chegar ao tamanho de uma mão, quando aberta. Seu paladar fresco mas forte, penetrante e dominante é usado com parcimônia em preparados que dominem a [ Leia mais… ]

O manual do atum 1: os cortes
[20 dez 2013 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

O bom atum pode ser maior e mais pesado do que uma bela vitela. Os chefs mediterrâneos sabem disso muito bem. Os sushimen, mais ainda. E todos eles selecionam direitinho o corte do peixe que vai servir à sua receita, seja ela crua, grelhada, curada ou em conservas. Por isso, desenhar o atum com aquele [ Leia mais… ]

O manual do atum 2: as fórmulas
[20 dez 2013 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

Ao contrário das peças de gado, que variam de país para país, os cortes de atum são basicamente os mesmos em todo o mundo, da Sicilia ao Japão. A parte do lombo, mais vermelha, ganha quatro separaçõesque geram filés para a grelha e cortes mais delicados para fórmulas modernas como o carpaccio. A parte posterior, [ Leia mais… ]

Polenta 2.0: a taragna
[4 dez 2013 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

Polenta tem várias identidades e algumas personalidades. Na primeira, ingredientes e técnicas, partindo-se da clássica dos puristas, a farinha de milho com água, para as variações menos rústicas, com leites, cremes ou manteigas.  Antes do milho, escritos antigos, inclusive o divertidíssimo Notas de Cozinha de Leonardo da Vinci, falavam em formatos, que iam da papa [ Leia mais… ]

A origem de todo o mel
[27 nov 2013 | Pedro Mello e Souza | Um comentário ]

  A rigor, qualquer tipo de flor de campo ou de árvores em florestas é uma matriz de pólen para o mel. Mas a história soube selecionar alguns dos tipos mais característicos, seja pelo perfume, pela untuosidade, pela cor, pela característica medicinal. Nas origens, flores, puras e simples, árvores de aromas sutis como a acácia [ Leia mais… ]

Le café français
[25 nov 2013 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

Em qualquer café do mundo, discute-se a globalização com uma faca sempre afiada contra os americanos, mesmo que, na maioria dos casos, não se saiba o porquê, especialmente quando a discussão acontece em um fórum tão prosaico quanto a mesa de um Starbucks . Mas quando a discussão termina, diante de uma xícara de café, [ Leia mais… ]

Palha italiana
[20 nov 2013 | Pedro Mello e Souza | Um comentário ]

Palha italiana é um doce curioso. Não tem nada de palha, muito menos de italiana. Há várias hipóteses espalhadas na rede com correntes que falam desde as origens no sul, onde não há o leite abundante, fundamental à receita, ou das cascas de amêndoins, que estão apenas em algumas versões mais recentes. De qualquer forma, [ Leia mais… ]

Funcho: moda em Nova York
[18 nov 2013 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

Na gastronomia de Nova York deste início de outono, a ordem dos ingredientes sofreu uma inversão. O foie gras está discreto, a barriga de porco começa a perder força e o ovo volta à sua condição de acompanhamento. Nem carne, nem peixe: quem manda é uma erva, invisível no garfo e pouco prestigiada no Brasil [ Leia mais… ]

O virtuoso Mr. Funcho
[18 nov 2013 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

  O Funcho, segundo a culinarista Marise Berg Prana Spa Ayurvedico, Campos do Jordão. (complemento da matéria Funcho: moda em Nova York)   A parte mais usada do funcho é a sua raiz. No todo, é um vegetal aromático, com potente ação carminativa (alivia gases) e diurética. Tem baixo valor energético, com poucas calorias, e  [ Leia mais… ]

O dicionário das azeitonas
[10 nov 2013 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

Você já degustou seu azeite hoje? Não? Então faça-o antes de comer e beber. De preferência na ponta de uma colher, sorvendo com o cuidado de uma criança diante de seu xarope amargo. E algum amargor será mesmo sentido, junto a um complexo de outros paladares, aromas e uma necessária picância no fundo da garganta. [ Leia mais… ]

Gruyère: bom ou ruim?
[19 set 2013 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

Finalmente, depois de décadas, saiu o reconhecimento oficial da denominação Gruyère. É um ato que, apesar do peso legal, corre o risco de ser enterrado como letra morta, pelo menos aqui no Brasil. Responsáveis pela prevaricação, há vários, como já aconteceu com o champanhes e mozarelas (não me encham o saco com ortografias e suas [ Leia mais… ]

A lua e a estrela
[1 set 2013 | Pedro Mello e Souza | Um comentário ]

Alissa Ohara sugere, a gente obedece. E lá veio o combinado de sushis de olho-de-boi e… água viva, lá no balcão de cima do Azumi. Longe daquele aspecto sinistro, o bicho chega na maior elegância: fatiado como uma massa do tipo cabelo-de-anjo, mas com jeitão de vermicelli, já que é transparente. Pelo que eu já [ Leia mais… ]

Flor de manjericão
[28 ago 2013 | Pedro Mello e Souza | Um comentário ]

Não dá para levar muito a sério a onda das flores comestíveis. Embelezam, sim, mas são raras aquelas que não arruínam a salada fresca com um travo além do amargo medicinal – ou à sobremesa, quase sempre com uma violeta gentil, mas de paladar agudo, quebrando a aridez agreste de uma crème brulée esturricada.  De [ Leia mais… ]

Trocando em miúdos…
[5 ago 2013 | Pedro Mello e Souza | 3 comentários ]

Em seu livro Food in History, a historiadora escocesa Reay Tannahill nos traz uma cena diferente das caçadas romanceadas de homens neolíticos. Romancista e gourmet que é, ela imaginou os pequenos prêmios que os caçadores se dariam o direito a degustar, no ato da vitória (ou da conquista, já que disputavam presas já abatidas com [ Leia mais… ]

O ABC das cervejas
[31 jul 2013 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

Dia desses, resolvi desmembrar uma antiga matéria sobre cervejas artesanais em posts isolados. Germanicamente, seguindo minha reinheitsgebot editorial, comecei pela primeira: a abadia, que está logo abaixo. Mas com as mudanças que promovo cada vez que abro essa página, achei mais divertido fazer em grupo – e evoluí-lo, com um pouco do meu lúpulo amargo. [ Leia mais… ]

Abdij, abbeye ou abadia?
[5 jul 2013 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

Resposta ao título? Depende. abbeye, se for francês,  abdij se for flamengo. Para nós, abadias, mais do que uma classificação venerável, uma grife de (grandes) cervejas belgas ou, em alguns poucos casos, francesas ou holandesas, produzidas pelos monges, trapistas ou não, sempre no rastro da tradição de antigos alvarás e forais que permitiam que as paróquias [ Leia mais… ]

Vieiras na história
[29 maio 2013 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

Modelo da criação em obras de Botticelli e Rafael e, posteriormente da logomarca da petrolífera Shell. Essa é a trajetória do belo desenho da concha pela qual a vieira é conhecida. Na Idade Média, já era associada à imagem de São Tiago, que lhe valeu a denominação em praticamente toda a Europa (vieiras de santiago, [ Leia mais… ]

A arte das cerejas
[12 maio 2013 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

Pintores como Cézanne, Fantin-Latour e até Gauguin, menos pródigo nas naturezas mortas, sabiam das coisas. Em seus quadros começa o festejado espetáculo da cereja, digno de festivais de Tóquio a Washington, que pontuam seus jardins do branco irrresistível da flor da fruta. O show continua no belíssimo fruto carnudo e delicado, batizado a partir da [ Leia mais… ]