É pudim de sofisticada e gordíssima massa de açúcar derretido com canela, toucinho e cascas de limão, ao qual juntam-se gemas e vinho do porto. Depois de assado e desenformado, guarnecem-lhe nozes, se convier. A receita é atribuído ao padre Manoel Joaquim Machado Rebello, abade da cidade de Priscos, que seria ainda autor de uma [ Leia mais… ]
Caprese com burrata ao manjericão e sal negro Chef Ronaldo Canha Restaurante Quadrucci, Leblon Ingredientes 120gr de burrata 10g de manjericão 80g de mussarela de búfala 100g de tomate fresco em 4 fatias 30g de tomate concassê temperado (tomate cortado em cubos sem pele e sem semente temperado com sal pimenta do reino e [ Leia mais… ]
Crua, a carne é rosada e proporciona, na forma do buri (鰤), um das mais delicadas variedades de sushi. Na grelha, a carne torna-se branca, firme e de paladar que segue delicado mas torna-se intenso, especialmente quando o corte é o da bochecha. A explicação para os dois fenômenos é simples: trata-se de um peixe [ Leia mais… ]
Dia desses, reclamei que, após tantos anos de convivência, a Kellog’s não aproveitou nem uma fração do dinheiro que eu paguei a eles para desenvolver um pacote que, na hora de abrir, não exploda como uma granada e transforme meus cereais matinais em uma erupção de estilhaços doces, que se escondem nos cantos e são [ Leia mais… ]
Brasileiro já mostrou que não tem competência para seleção. O dedo ruim que tem em relação ao futebol das últimas temporadas devia trazer algum aprendizado nessa questão de amor carnal. Digo amor carnal em termos objetivos, pois uma das ignorâncias instituídas está exatamente na seleção brasileira das carnes. O informal consagra o simples, [ Leia mais… ]
A surpresa a que me referi no post sobre a visita ao Entretapas é esse aí, um misto de batatas tremens, delírios fritos, cornucópias ibéricas, lingüiças, laricas e ovos fritos. É claro que isso substitui qualquer sobremesa. São os huevos rotos, que significa, literalmente, ovos rasgados, um picado em que a crocância da [ Leia mais… ]
14 de janeiro. Nesta data, em 1790, há mais de dois séculos, surgia o pão-de-batata. O curioso é que a iguaria não surgiu de uma cozinha, mas do laboratório do cientista francês Antoine-Augustin Parmentier. Durante o caos da Revolução Francesa, seis meses depois da queda da Bastilha, ele recebeu a autorização para trabalhar uma fórmula [ Leia mais… ]
Fazer essa foto acima me custou três espressos no balcão do primeiro de um rosário de pequenos cafés que pontuam uma das entradas de San Gimignano. Sobrou pra o meu estômago, que pagou o preço da dureza dos comerciantes, que odeiam fotos. Não os condeno. São obrigados a enxotar, a cada dez minutos, grupos [ Leia mais… ]
Nos posts sobre o Bazzar Bubble Bar, deixei de citar um dos itens que valem uma refeição: o pulled pork, um sanduíche que eu conheci em um Hard Rock Café, nos anos 90. E voltei a provar como uma das indicações da Cristiana Beltrão para o cardápio de seu bar de bolhas. O antigo era [ Leia mais… ]
Gianduja é um creme untuoso, de chocolate com avelãs, que compõe a receita ou o arremate de bolos, pudins, doces ou sorvetes – ou para aplacar crises de gula. Aconteceu comigo nos anos 80, quando chegou ao Brasil com a denominação Nucita. A massa vinha dura no pote e a recomendação era de que [ Leia mais… ]
Em plena época de cozinhas moleculares, alimentos crus abrem novas frentes de paladar Pedro Mello e Souza, especial para Magazine CasaShopping Um retorno às origens da alimentação? Uma forma saudável de cozinhar? Uma nova onda de paladar? Ou uma tendência que chegou para ficar? É a cozinha dos alimentos crus – carnes, peixes, [ Leia mais… ]
1990 Anno Domini. À revelia de nossos sócios na saudosíssima boate Press, eu e Marcelo Maia resolvemos comprar uma máquina profissional de cortar frios para a casa. Motivo: o carpaccio. Para o público, seria sucesso certo daquela que era uma exclusividade de restaurantes finíssimos – mas não tínhamos, eu ou ele, pensado um minuto sequer [ Leia mais… ]
Fusão sem muita confusão Molho shoyu em prato indonésio? Receita cantonesa em cardápio tailandês? Bebida coreana em ambiente chinês? Não estranhe. Os encontros das diversas correntes culinárias do Sudeste Asiático acontece há milênios em toda a região que corre do leste da Índia ao norte do Japão, ao sabor de dominações, intercâmbios e migrações. [ Leia mais… ]
Se o caminho da moqueca na história culinária é tortuosa, para o meu caso é ainda mais estranho: passa pela França, volta pelo Alentejo, passa por São Conrado e prossegue, claro, no Chile. Explico: a melhor moqueca que já experimentei foi em Paris. Cécile, dona de um hotel na Rue de Rennes, era fanática pelo [ Leia mais… ]
Estragão é um nome forte. Dá medo a qualquer cliente que pergunte ao maitre o que leve essa ou aquele molho. Ainda mais quando se sabe que é uma erva congênere do absinto. Não é fama justa, embora o paladar levemente anisado possa levantar discussões acaloradas às boas mesas. A palavra “estragão” é remissão [ Leia mais… ]
Ouro Negro E cinza, e vermelho, e laranja e até verde e amarelo. Há dois séculos, no rastro das derrotas de Napoleão, os russos invadiam Paris. Com eles, chegaria a consolidação de uma relação que dura até hoje: o amor entre os franceses e o caviar. Qualquer um estranharia um soldado com tamanha iguaria [ Leia mais… ]
O mel é conhecido em hebraico como devash (דבש). E está presente em todas as celebrações judaicas à mesa, não somente a do Rosh Hashanah, que acontece nesse fim de semana, como também no Hanukkah, no Shavuot, no Purim e no Pessach. Nesta celebração de ano novo, está na liturgia, cobrindo maçãs, simbolizando o [ Leia mais… ]
Uma pitada de antologia na mesa: o velho está sentado, impaciente. Charlie Chaplin, com seu aplomb habitual, examina o ponto do preparado na panela e pede mais dois minutinhos até o ponto ideal. É um sapato – o próprio -, que ele serve na travessa e prepara para trinchar. O cordão, ele separa, levantando [ Leia mais… ]
Ou phở, na grafia correta, e “fêu”, na pronúncia, próximo daquilo que os franceses chamam de “feu”, fogo, de semelhança suspeita, dada a influência que tiveram na região. É uma das milhares de variedades de sopa de macarrão de arroz, legumes, cebolas e especiarias em caldo de carne e servida no desjejum vietnamita – [ Leia mais… ]
A tal explosão da gastronomia no Brasil – no Rio, especialmente -, não foi tão explosiva assim. Começou devagarinho, nas delis, que vendiam tudo o que a abertura dos portos às nações amigas permitia importar, em massa, no atacado, ainda sem grandes critérios: eram arenques da Islândia, patês de urso da Noruega, cervejas australianas [ Leia mais… ]
O correto é suszukuri ou ussuzukuri. Não importa. São ambas interpretações de 薄造 ou うすづくり, expressões que significam, literalmente, “cortados finamente”. É uma variedade de sashimi servido em fatias finas como folhas, muitas delas se tornando até translúcidas, normalmente sobre um prato – ou travessa, ou pedra – de cor preta, o que [ Leia mais… ]
Grão e grandeza Cores, formas, energias, lendas e muito paladar entram no caldeirão da história dos grãos. Em cada região, em cada cultura, em cada cozinha, o conceito de grão tem alcances bem variáveis. Pode incluir todos os cereais. Pode agregar sementes exóticas. Pode separar itens como as leguminosas. Mas o fato é que, [ Leia mais… ]
Ícone absoluto da culinária brasileira, a feijoada é, por convenção nacional e consagração internacional, a carioca: um cozido de feijões pretos devidamente refogados, que recebe carnes e fumeiros como o paio, carne-seca, costela de porco, toucinho, língua e orelha defumadas e, às vezes, carne verde, de vaca. Acompanham obrigatoriamente o arroz branco, a couve [ Leia mais… ]
Condimento preparado com pimentas e pimentões vermelhos, que são secos ao sol ou no forne e picados com as sementes. É usado no preparo da lingüiça, que também é, inexplicavelmente, batizada calabresa – e é conhecida pelos americanos como pepperoni, mas sem relação com a lingüiça de gosto discutível e de aplicação restrita às [ Leia mais… ]
Esse seria um post para uma seção que eu iria inaugurar, mas deixei pra depois. Seria o “Foto roubada do Instagram do Dia”, uma variação do “Imagem do Dia”. Mas aí eu vi o registro do Alexandre Bronzatto, o nosso Bronza, sujeito delicado e picante, complexo e estruturado, crítico imparcial e advogado da boa mesa. [ Leia mais… ]
São quatro as pizzas da minha memória afetiva, as duas primeiras, da infantil: a portuguesa do Pizza Pino, rede de Paris, que vinha com um ovo frito com gema mole no meio; a de presunto do Jangadeiros, hoje extinto, onde eu e meu irmão, em um pós-praia com nosso pais, demos um show de [ Leia mais… ]
Poderoso, opulento, suculento e muito saboroso. Esse é o ‘prime rib’, um dos mais nobres cortes que os cortes americanos e ingleses possam colher de seus gados bovinos. É o corte para grelhados por excelência e o belo desenho que proporciona, quando preparado ainda com o longo osso da costela, tornou-se o ícone dos cortes [ Leia mais… ]
Pronuncia-se “paiata”, uma forma simplificada de se falar em pagliata, ingrediente para corações fortes e paladares finos. Trata-se do intestino delgado dos cordeiros que nunca comeram – só mamaram. Eles são cortados e atados de forma que o seu conteúdo, o leite coalhado da digestão, ganhe a consistência de um creme que lembra o [ Leia mais… ]
Os pratos de camarão do Ceará podem ganhar novo status. No fim de abril, a União Européia registrou o pleito daquele que pode ser a primeira Denominação de Origem Protegida do Brasil reconhecida no Velho Continente: o camarão da Costa Verde. Produzido no Ceará, na faixa de costa que vai de Cruz a [ Leia mais… ]
Degustação de vinho exige foco. Mas acontece de nos perdermos em devaneios quando as provas são comentadas. E quando falam em aromas primários, como os de frutas, é difícil segurar aquele momento de distração, o breve devaneio na recordação da fruta atuando na boca. É assim com a framboesa, mais delicadas das chamadas ‘frutas [ Leia mais… ]