Lendo sobre a chegada das ostras para as terças-feiras de Botafogo, em bares e restaurantes como o Belisco, a Casa Polvo e, nas quartas, na Cave Nacional, me lembrei das rimas do escritor irlandês Jonathan Swift, o mesmo de “As viagens de Gulliver”, sobre essas iguarias.
Mas um fato chamou a atenção até hoje sobre estes versos: além de escritor e poeta, Swift também era religioso severo, reitor da St. Patrick Cathedral, a mais importante da Dublin da época. Por isso, muita gente estranha até hoje o tempero quase erótico desse poema, que escreveu em idos de 1774. Há 250 anos, portanto.
Reparem que o autor já se referia, na época, às ostras de Colchester, bem longe da diocese de Swift, no litoral leste da Grã-Bretanha, 50 quilômetros de Londres.
Charming oysters I cry:
My masters, come buy,
So plump and so fresh,
So sweet is their flesh,
No Colchester oyster
Is sweeter and moister:
Your stomach they settle,
And rouse up your mettle:
They’ll make you a dad
Of a lass or a lad;
And madam your wife
They’Il please to the life;
Be she barren, be she old,
Be she slut, or be she scold,
Eat my oysters, and lie near her,
She’ll be fruitful, never fear her.