O branco do Rhône

[22 nov 2022 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

La Solitude, negando seu título ao provar uma bela companhia para pratos bem além do que as regras que rasgaremos aqui. (Foto Pedro Mello e Souza)

Côtes-du-Rhône branco? Por mim, sempre, mas é raridade nas cartas e, pior, no nosso imaginário. Não deveria, já que a elegância da combinação da viognier, de estrutura e perfume, e da grenache branca, de graça e encanto, faz tão bonito do que os super tintos da região.

 

É vinho de carta ousada, para encarar pratos idem, como no caso do polpetone de chapa, da Bastarda, até aqui conhecida pelas pizzas. Carnes e tomates delicados e, tal como vinho, muito perfumados. Mesmo assim, é combinação complicada, mas feliz desde o momento da sugestão.

 

Polpettone de bandeja, improvável mas adorável harmonia com o Rhône branco (Foto Pedro Mello e Souza)

O sorriso do Vinicius, o da foto abaixo, braço direto, direito e dileto da sommelière Julieta Carrizo, já era vendedor desde a hora da sugestão, da qual ele foi cúmplice entusiasmado. Já tinha dado certo com o cheese steak, sanduíchaço que vai merecer post próprio.

 

Harmonia no copo, na casa, na equipe, na carta e no cardápio, que faz um passeio não na raiz do italiano, mas às suas heranças de ultramar, que os brasileiros tanto buscam lá fora. É fórmula que, se citarmos Camões, alegra em qualquer parte, pois a eles permitiram engenho e arte.

 

Olhe para alguém como o Vinícius, sommelier e um dos gerentes do Grupo Irajá, olha para a garrafa do La Solitude (Foto Pedro Mello e Souza)

 

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