Arinto de Pancas

[3 jun 2023 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

Frescor dourado no Arinto da Quinta de Pancas (Foto Pedro Mello e Souza)

Não é de hoje que a região de Lisboa vem levantando a bandeira do que há de mais moderno no vinho português. Não era assim, mas o jogo mudou. Mais ainda com vinhas novas, frescas e vibrantes de outra “tradição” cada vem mais moderna, a uva arinto, que começa a exigir a sua condição de grande uva branca de Portugal. O resultado é um vinho tão versátil que pode ir das ostras à vitela, enriquecendo as harmonias com flores e frutas e a boca com textura e riqueza – e com leveza que nos leva, facilmente, a pedir uma segunda garrafa.

 

A vinícola Pancas, que a Bermar está trazendo, junto com outras joias pinçadas dos “nouveaux terroirs portugais” já é o vinho de taça do Gajos d’Ouro, em honra nada gratuita, já que um dos donos da casa é sommelier. É um rótulo que contribui com o resgate da quele que era conhecido como “vinho do oeste”, de uma área que sempre fez vinhos de varejo, que, costumavam viajar em vagões sacolejantes para serem engarrafados em áreas tão temerárias quanto a antiga Rússia.

 

Hoje, a joia está entre os nossos dedos, com vinhos rejuvenescidos não somente na garrafa, mas também no rótulo, com design guardião, no álcool baixo – 12,5% – e até na vinificação, que traz as uvas ao estrelato, com nenhuma madeira e um máximo de exposição em suas borras, sempre em tanques de inox. Esse é o perfil de um vinho de Lisboa, que a própria capital portuguesa celebra em seus bares, já que é exatamente este o estilo que se serve em taças aos jovens consumidores patrícios.