Ou a pinot noir dá certo ou dá muito errado. Admiro os produtores gaúchos que insistem em plantar a uva para produzir vinhos tintos em condições quase adversas para uma uva tão temperamental com solos, climas e umidades.
Enquanto brilhava com os espumantes, a casta tropeçava nos vinhos tranquilos, em rota tortuosa de acertos e muitos erros. Mas a recompensa está começando a chegar.
E o exemplo mais moderno está nesse rótulo de design futurista da Otto, em que o equilíbrio entre terras e frutas, doçuras e taninos, parece ter encontrado seu caminho — em cada país a uva tem o seu caminho.
E tentar imitar a borgonha é perda de tempo. Mas com a crise que a mais nobre das regiões francesas sofre com a mudança de comportamento da pinot noir diante das viradas graves de eixos climáticos, pode ser que chegue uma hora em que a Borgonha comece a imitar os estrangeiros.
Nós inclusive, por dentro e por fora desse belo vinho.