Graça de traços orgânicos com uma das regiões mais injustiçadas do vinho, a partir de uma das uvas mais desvalorizadas pela história. Expulsa duas vezes da Borgonha por atos e decretos furiosos, o exílio da casta gamay foi o Beaujolais e, do outro lado do morro, nas nascentes do Loire.
Atrás daqueles morros ficava a área de Roanne, onde Claude Troisgros fez o seu “vin maison” que servia aqui no Rio, em idos de 2014. Hoje, é o mais barato dos bons vinhos, alguns excelentes como este Joubert Cuvée à l’Ancienne 2019, muitos frescos e sem obrigações, outros mais sérios e profundos.
Aqui, vibracao e acidez com o que é mais típico da uva: as cerejas e as companhias de especiarias todas no lugar. Nada mal para um vinho natural com cinco anos de garrafa. É uma longa jornada a cumprir depois de anos que a farsa do Beaujolais Nouveau jogou o bom nome da região na fama, mas em vez de deitar na cama, caiu na lama.