A expressão “menu executivo” está tentando melhorar seus conceitos. Demorou tanto porque tentavam rebatizar o almoço mais em conta sem mexer no essencial: a comida. Assim, surgiram os menus do tipo “mezzogiorno”, “formule sympa”, “solution midi”, “cardápio bacaninha” e outros exercícios de quem é mais criativo no escritório do que no fogão.
Mas quando o chef é inquieto, a coisa muda. E entram ideias raras como uma remoulade de crustáceos, uma vinagrete de açaí para quebrar o básico de uma salada verde, os picles de porco para acompanhar a barriguinha de porco, a couve-flor queimada para acompanhar o mais macio dos filés de pirarucu, o conceito do que é básico abre seu melhor sorriso. De quebra, o caqui – deixemos de modéstia, é a melhor fruta que existe – para dar luz e cor a um flan de mascarpone para adoçar a boca.
Onde? No Émile, em Copacabana. Quem é o chef inquieto? Camilo Vanazzi, aquele que está na foto com os cabelos esvoaçantes, ao lado deste papagaio de pirata. Entrada, principal e sobremesa, 133 pratas. Para o que é, ridículo! E com direito a um dos pontos mais luminosos do Hotel Emiliano do Rio de Janeiro. É bom ficar de olho nas mudanças sazonais, pois o cardápio vira e novas surpresas vão inspirar o mundo do almoço executivo e, mais ainda, o universo do executivo do almoço.