A corrida pelo Alentejo foi assim mesmo: corrida. Quinze vinícolas em quatro dias, de alto a baixo da região. E se não conseguimos ir a boa parte da Vidigueira, então boa parte da Vidigueira veio a nós. Foi assim com a HRM, acrônimo nobre da Herdade do Monte da Ribeira. Ali, no bem arrumadíssimo núcleo [ Leia mais… ]
Remexendo o passado, encontrei um texto que fiz para um vinho chileno, jamais me lembrarei qual. Abri com as impressões de Neruda: “Vino color de día, vino color de noche, vino con pies de púrpura o sangre de topacio, vino, estrellado hijo de la tierra, vino, liso como una espada de oro, suave como un [ Leia mais… ]
Um barato, essa picapoll, uva branca catalã. É quase uma exclusividade da região e denominação Pla de Bages, a alguns minutos de Barcelona, rumo norte. O enologo da Abadal, Juan Ramón Mañé fez as honras. Ele comanda a vinícola Abadal, uma das poucas inscritas nessa denominação, de pouco mais de 600 hectares, o equivalente para [ Leia mais… ]
Durante uma degustação na Herdade do Esporão, surge a questão: o que a industria dos cosméticos não perde ao dispensar uma boa degustação de vinhos… A brincadeira serve para apontar, sem trocadilho, um dos itens de análise e até de avaliação de vinhos tintos. é a unha do vinho, nome suspeito e mal escolhido para [ Leia mais… ]
Adoráveis os rótulos das garrafas de vinhos do porto da Kopke. Ainda conservam aquela antiga aplicação em silk screen. Só se vê lá e em madeiras mais tradicionais. O importante é que estão chegando ao Brasil com essa sua assinatura secular – e abriram a mesa na apresentação oficial de sua importadora, a WineMundi, de [ Leia mais… ]
Esse é um rótulo que não está no Brasil. Não está na lista de produtores da paulistana Vinhos da Áustria, especializada nos vinhos do país. Mas integra a lista curta de produtores da uva grüner veltliner, uma exclusividade daquele país, de nuances diferentes nas flores, nas frutas, nos minerais, na estrutura. É uma uva branca, [ Leia mais… ]
Foram anos de conformismo diante do dogma: vinho não combina com cozinha oriental. Com japonesa, menos ainda. Mas cabeça de brasileiro é assim, dura como barrica americana de segundo uso, quando se apega a uma dessas máximas, que, como mostraremos, não devemos dar a mínima. O mercado dessas casas orientais no Rio viu algumas tentativas, [ Leia mais… ]
Degustação às cegas no Esplanada Grill, o sommelier Robson nos traz aquele copo preto. Matamos que era branco, que era fresco, imaginamos um espanhol fino. Quase. Era um chardonnay da Comtes de Largeril, produtor do Pays d’Oc, sul (e sol) da França. Mais do que surpresa no paladar, no bolso: 69 reais. Não é o [ Leia mais… ]
Viognier é uma das uvas da moda, um dos ícones do sul da França: é fresca mas traz cheirinhos de pêssegos e algum paladar de damascos. Tudo isso é técnico – na boca, cada um sabe de si. Mas essas pequenas doçuras e o lado mineral dos vinhos que gera abrem um bom leque de [ Leia mais… ]
Uma pesquisa recente mostra que o Herdade dos Grous já está em sexto no paladar português, atrás apenas de ícones como Barca Velha e Pera Manca. “Logo na primeira vindima, em 2004, já conquistamos prêmios de melhor vinho pela Expovinis e pela Confraria de Enófilos do Alentejo.”, diz o enólogo Luis Duarte, que não investe [ Leia mais… ]
Nos últimos três anos, ele esteve no Brasil pelo menos quatro vezes. Ou três, se contarmos uma tentativa, em vôo da época que um vulcão na Islândia impediu a Europa de decolar. Mas Pio Boffa está sempre em erupção – é renitente e um dos produtores mais entusiasmados com o Brasil, onde é representado pela [ Leia mais… ]
Foi um evento simultâneo em sete países no mundo. O Brasil foi um deles. E o Rio foi escolhido para o lançamento mundial da cuvée Alexandra, um champanhe rosé do mais alto extrato da Laurent-Perrier. Para quem já conhecia a fineza da cuvée Grand Siècle, a fineza do rosé pode não ser surpresa, mas é [ Leia mais… ]
Vendas Novas, meio caminho entre Lisboa e Évora, o portal da vibração dos vinhos alentejanos. Na Herdade da Ajuda Nova, começam bem: são121 hectares de vinhas, mais de 80% delas reservadas às tintas, especialmente trincadeira, aragonês, castelão, alicante bouschet, syrah e a agora indefectível touriga nacional. Há ainda 12 hectares de vinhas velhas, em que [ Leia mais… ]
Vibrante, cheiroso, intenso, enfim, um vinho guloso, como dizem por lá. É um reserva 2009 que ainda tem muito a revelar das frutas que já mostrou, em corpo elegante, de taninos e acidez que ainda vão longe. Mesmo assim, foi submetido a uma prova especial: pratos consistentes como as burras (bochechas) de porco, a rabada, [ Leia mais… ]
Equilibrado, muito agradável, de aromas maduros de duas uvas que apontam o futuro do Alentejo, na combinação, quase meio a meio, das castas syrah e touriga nacional. Uma, pelos resultados diante dos rigores – calores, solos, secores; outra, pela potência e opulência de uma bandeira nacional, que, tal como na história de Portugal, desceu do [ Leia mais… ]
Um dos vinhos da Herdade da Ajuda no caminho para o topo de gama. Aqui, temos a dupla de ataque da seleção alentejana, arinto e antão vaz, com um toque de verdelho e sustentados com 4 meses de barricas francesa e americana. Minerais, estrutura e frutas tropicais no 2013; há maciez, leveza, jasmins, oréganos, [ Leia mais… ]
Por incrível que pareça, é a terceira vez que falo nessa uva de nome que pode parecer estranho para nós, mas é bem simples no significado. E falo agora sobre a diferença entre antigo e antiquado. A denominação desta uva tinta é arcaica, mas seu significado atual já anda meio ultrapassado. Originalmente, xynomavro (ξινόμαυρο) significa [ Leia mais… ]
O Pêra Manca é um daqueles vinhos estranhos, que desafiam o paladar em cada gole, em cada minuto de evolução, em cada grau de temperatura. E muda de copo pra copo. Há notas eruditas, mas vou ficar com um lado mais lúdico, com muitas lembranças de infância que nada têm com a evolução do paladar, [ Leia mais… ]
Essa joaninha vermelha não está nos rótulos da Quinta da Casa Amarela porque é fofa. É por reconhecimento. Nosso adorável inseto de pelúcia é também um valente instrumento de combate a pragas de vinhas como as do Douro, causando inclusive um curioso efeito de confusão sexual nas traças. Lá, elas garantem não somente a [ Leia mais… ]
Neste ano, no mês de julho, veremos Portugal disputando mais uma de suas muitas copas. Formalidade, já que, em muitos copos, não há disputas. É caso da Casa Fonseca. Poucos rótulos colecionam tantas notas máximas, como os 100 pontos da Wine Spectator, séries dos vintages de portos da vinícola. Mas a festa de suas conquistas [ Leia mais… ]
Já iniciei essa série antes, mas, por conta dos créditos, coisa rara hoje em dia, inauguramos oficialmente o Q.M.A.E.V.F.C.B., iniciais de “Quem me apresentou esse vinho foi a Cristiana Beltrão”. É uma chancela exclusiva, a única que traz, em seu caderno de obrigações, algo que qualquer outro selo de denominação jamais terá: certificação de coisa [ Leia mais… ]
Virou lugar comum dizer que Nicolas Joly tornou-se uma lenda entre os produtores biodinâmicos. Mas a qualidade dos vinhos que produz e a coleção de paladares, calores, texturas e sabores que esse rótulo nos traz, permite o discurso. O toque mineral, quase xistoso, é inconfundível na região desse vinhedo, que fica em Sevinnières, no Loire. [ Leia mais… ]
Ok, Sophia Bergqvist não é um nome de origem portuguesa – convenhamos, na área dos vinhos do porto, poucos o são. Mas o sotaque bem lusitano da proprietária da Quinta de la Rosa mostram a altivez portucalense com que a sua família comanda a vinícola há quase um século. É bem verdade que os seus [ Leia mais… ]
Houve um tempo em que Bucellas era famoso por ser um vinho licoroso e, hoje, quase desaparecido sob a modernidade dos portos, madeiras e moscatéis de Setúbal. Fez fama entre viotrianos e elisabetanos. Mas temos aqui o lado moderno de Portugal – e da nova denominação Lisboa, antiga Estremadura – que mostra a suas faces [ Leia mais… ]
É vigoroso, mas elegante; é aromático e complexo; é rico mas não é caro. Esta é o Viña Alberdi, um vinhos considerado como uma das melhores relações custo-benefício do mercado. Mesmo em restaurantes mais chiques, como o Esplanada Grill, onde experimentamos, o preço é excelente para o brilho deste tinto, em que não há cortes, [ Leia mais… ]
Olha bem para a cor desse vinho com nome de olimpíada de inverno: parece um suco . Amarelo fechado, alaranjado, quase âmbar, com um turvo leve, fascinante. Na boca, mais ainda: salino, iodado, mineral de fonte, com notinhas de ervas medicinais. E denso, dramático, com evolução para a mesma laranja da cor, com cascas, geléias, [ Leia mais… ]
Oficialmente, Tejo é o novo Ribatejo. É lei, desde 2009 dentro de um processo de divisões mais claras aos estrangeiros. Mas entre os produtores, há o Novo Ribatejo, com olho menos às obrigações da denominação e mais na revisão da escolha de castas, nos tipos de plantio, nas fórmulas de vinificação. E nas produções contidas [ Leia mais… ]
Conheçam a merweh e a obaideh. Não são apenas duas uvas brancas do Líbano – são dois desenvolvimentos que o Château Musar vem levando a público e para a aclamação da moda entre os críticos. Explica-se: é um corte que proporciona vinhos concentrados, originais, elegantíssimos e, melhor de tudo, ancestrais, pois é uma cultura [ Leia mais… ]
Não há dono de restaurante que não encha o peito de orgulho e diga, com uma oitava a mais no tom de voz: “o Boni esteve aqui”. Alguns vão mais além e tomam posse: “o Boni vive aqui”. E todos eles estarão dando a sua pitada de tempero a uma verdade na vida de José [ Leia mais… ]
Existem vários Bonis, no imaginário carioca: o workaholic, o mago da televisão, o visionário da propaganda, o amante do jazz, o entendedor de vinhos e o que ama gastronomia. Perguntado sobre qual seria o Boni segundo ele próprio, surgiu de cara a personalidade do gourmet: “Boni é uma mistura dessas coisas todas, porque, no fundo, [ Leia mais… ]