Não é uma uva brilhante, mas, aparentemente, é uma antiga descoberta na produção de vinhos doces e fortificados. O crítico Oz Clarke não cita a mavrodaphne (originalmente, μαυροδάφνη) em seu guia, mas sim em seu livro Grapes and Wines, onde repete apenas o que é claro na estrutura do vinho: lembra mesmo um porto. Achaia-Clauss é o produtor que ele indica.
Hugh Johnson já a cita em seu guia de 2012, lembra o étimo “louro negro”, referências às bagas negras da folha aromática, e anuncia promissoras variedades de vinhos secos de mesa, da mesma região de Patras e da ilha de Kefalonia, norte do Peloponeso. Também econômica, Jancis Robinson se reporta ao modo de preparo, com a uva seca e afasta as suspeitas de que a casta teria relação com variedades de terroirs vizinhos, chamados mavro, que, no fim das contas, significa, negro – ou, para o nosso caso, tinto.
Mais erudito, Pierre Galet cita sinônimos como mauro daphni, mavrodame e mavrodaphvista. E chama a atenção para a sua colheira tardia e seu longo envelhecimento, especialmente no primeiro ano, quando matura em barricas expostas ao sol. Cambas, uma vinícola de Achaia, adquirida recentemente pela badalada Boutari, foi a que experimentei.
Olá,
Tive o prazer de experimentar um dos vinhos feitos com essa uva. Neste especificamente, o teor alcoólico é de 15%. Gostaria de saber por quanto tempo ele se conserva depois de aberto, se dura o mesmo que o do Porto ou o mesmo que um vinho “normal”, ou um tempo intermediário. Obrigada e parabéns pelo ótimo blog.