Há calor na estrutura de sua uva, a chardonnay, há conforto no calor mineral que as pedras quentes do verão da região transmitem ao vinho, há aconchego das notas de peras cozidas. Este é um rótulo que pode ser considerado quente, não importa a temperatura, graças à estrutura que esse vinho traz da Borgonha, mais exatamente da área de Saint-Aubin, de vinhedos 1er cru, contíguos aos de Chassagne-Montrachet, a fina dos brancos finos.
“É uma região ainda subestimada, mas de vinhos de grande estilo”, comenta o crítico Hugh Johnson” a respeito da região. Deste vinhedo específico, En Remilly, sai este branco gastronômico, floral e com evolução para um mel agradável, adequado para os molhos delicados que acompanhem a vitela ou de um frango, de preferência o da vizinha Bresse.
Na Wine Spectator, o rótulo não foi provado. Mas o similar de 2010 abocanhou 89 pontos, com chamada para notas de limão (que não senti – o que eu senti foi o fruto maduro que Hugh Johnson citou) e a promessa de uma longevidade até 2022. Jancis Robinson cita diversas apelações. Não essa. O produtor, apresentado em uma reunião de emergência convocada pela Grand Cru, ainda aguarda sua citação nos guias de Oz Clarke e do já citado Johnson.