Olhando o rótulo, a primeira impressão é de que se trata de uma uva que anunciam como cruzamentos de castas francesas, que geraram variações modernas, como o carmenère, a tannat e a alicante bouschet. Não deixa de ser verdade, mas o cruzamento, nada botânico e totalmente vínico, é como os americanos – e, agora, argentinos e chilenos – denominam os cortes do tipo bordalês, com a clássica interação entre carbenets sauvignon e franc, merlot, petit verdot e malbec. As quatro primeiras estão na composição do Meritage da Benegas Lynch, que traz um vinnho poderoso e corpulento, mas aromático e elegante, bem mais do que os americanos vêm tentando.
A exclusividade tem seu custo: uma das explicações para o preço pouco modesto é a produção restrita a 3 mil garrafas, que descansam 18 meses em carvalho francês de primeiro uso, estrutura e uma solidez de taninos que contribuem com a recomendação da casa: guarda de 20 a 30 anos. Por isso, para provar agora, vale decantar antes.
Não é produção alta, afinal – são vinhas velhas da Finca Libertad, nos 850 metros de altitude da Costa do Alto Mendoza, Maipú. Para os ecochatos, a informação técnica: níveis de drenagem do solo pedregoso e densidade do lado argiloso. No corte, um latifúndio dividido entre cabernet franc (50%), cabernet sauvignon (30%), merlot (15%) e petit verdot (5%).