Palha italiana é um doce curioso. Não tem nada de palha, muito menos de italiana. Há várias hipóteses espalhadas na rede com correntes que falam desde as origens no sul, onde não há o leite abundante, fundamental à receita, ou das cascas de amêndoins, que estão apenas em algumas versões mais recentes. De qualquer forma, é uma iguaria que está de volta de seu surgimento, no fim dos anos 60, bem longe, portanto, dos receituários lendários dos imigrantes italianos – não há referências sobre o doce em nenhum dos compêndios de lá, seja La Grande Enciclopedia della Gastronomia, seja o Food of Italy, de Waverly Root.
Mas há tradição, não importa se mineira ou paulistana. E o respeito a essa tradição está no formato que a caterer Andrea Tinoco deu à iguaria, como uma doce sugestão para presente de Natal – ou até para a ceia da data. O mimo vem em um daqueles potes de conserva, que dão um toque vintage e charme ao jeitão amorfo da palha italiana, com sua indefinição entre o doce de tabuleiro e um bombom que suja os dedos com o açúcar de confeiteiro. Esse açúcar tem razão de ser: ajuda a secar cada torrão das duas versões da massa, uma feita de doce de leite com pistache e macadâmia; a outra, com chocolate e nozes.Bem mais refinada, portanto, do que as versões caseiras, que combinam biscoito de maizena e amendoim.
Fica o testemunho de quem não é fã ardoroso de doces: esse aí é do meu tipo, com aquela textura molengona, generosa, intensa. Para alguém que se contenta com um quadradinho de chocolate, comer o vidro inteiro diz algo sobre o resultado final, que pode chegar na casa do glutão, dependendo dos pedidos, que podem ser feitos em andreatinoco.com.br
pedro,
adorei o post! muito obrigada.
desejo que seu natal seja doce como a palha italiana.
bjs,
andréa