Honra, Lisboa: modo de usar

[2 dez 2013 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

Honra: cardápio-tradição em ambiente elegante e morderninho (FOTO Pedro Mello e Souza)

Uma parte do Rossio, em Lisboa, está de volta às suas tradições. Não que as formas da Praça da Figueira tenham mudado algo nos últimos tempos. O que aparece como documento para quem sempre comeu bem naquelas cercanias é o cardápio do novo restaurnte de Olivier Costa, o Honra.

 

A badalação segue os rastros do inquieto empresário, que já bateu de frente com o Governo Português em algumas situações, entre elas o fechamento temporário do Guilty, com o qual lidou com homor e ironia fina, levantando a cidade a seu favor. Por isso, faça a sua reserva, pois o homem é bom de marketing mas também de cozinha. E a elegância de luzes discretas e das cadeiras baixas do novo endereço inflam a sua audiência.

 

Bitoque, o filé a cavalo lisboeta (FOTO Pedro Mello e Souza)

Divida os pratos para multiplicar as experiências. Peça vários. Comece com os embutidos, que chegam fartos, com chouriços, morcelas e alheiras. Se sentiu falta das alheiras, ela pode chegar na experiência maior da casa: com os ovos mexidos e tomates, em ponto cremoso, perfeito.

 

Entre os pratos principais, há fartura em todos, do bitoque, a contribuição lisboeta para o filé a cavalo aos serviços do bacalhau à lagareira e das plumas de porco com purê de maçã e arroz de grelos. Há ainda o polvo panado, que chega em um vaso de centro de mesa – mais convite ao compartilhamento. Chega com um prato que vai impressionar o brasileiros, que apreciarão o sabor, mas vão estranhar o formato e a sua completa falta de relação com o sobrinho brasileiro: o arroz DE feijões.

 

Convite à divisão: alheiras, morcelas e chouriços no misto de embutidos (FOTO Pedro Mello e Souza)

Ficamos a dever experiências que nos chamavam o paladar: a saladinha de polvo, as favinhas guisadas com entrecosto, a açorda de gambas, o arroz de tamboril com lingueirões e camarões. E todas as sobremesas.

 

A ementa é simples, mas o ambiente é o que se espera de um bistrô moderno, de linhas contemporâneas, inclusive a do bar, de curvas sem destino. E de recepcionistas chiques no penteado e no tratamento blasé – olho no computador e na lista de reservas, mal fitam o cliente. Mas isso faz parte – o gourmet carente deve deixar isso tudo de lado, especialmente se estiver no salão da entrada, em que o volume do DJ não será tão alto. Para a digestão, um passeio pela Baixa, logo ao lado.


Ovos mexidos com alheiras: ponto perfeito (FOTO Pedro Mello e Souza)

Bacalhau à lagareiro: preço de um em prato para dois (FOTO Pedro Mello e Souza)

As curvas no bar do Olivier (FOTO Pedro Mello e Souza)


 


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