Oficialmente, Tejo é o novo Ribatejo. É lei, desde 2009 dentro de um processo de divisões mais claras aos estrangeiros. Mas entre os produtores, há o Novo Ribatejo, com olho menos às obrigações da denominação e mais na revisão da escolha de castas, nos tipos de plantio, nas fórmulas de vinificação. E nas produções contidas e nas qualidades que começam a se tornar explosivas.
Quinta da Lagoalva de Cima, decana de 120 anos, na área de Vila de Alpiarça, conta com a juventude de Diogo Campilho e seus métodos dinâmicos tanto no bio quanto nos critérios de colheita. “Estamos à margem esquerda do Tejo, bem ao pé do Rio e chove não antes, mas durante a vindima e arrefece o calor da época” diz Diogo, em seu português castiço.
O espumante da casa, à base de arinto e alfrocheiro, é leve, refrescante, levemente salino – e diferente do que se via antes na região. Há o Talhão 1 Branco, que combina os nativos e cítricos arinto e fernão pires com o internacional sauvignon blanc e a vibração floral dos minhotos verdelho e do alvarinho. Ambos elegantes como o Rosado, rosé de alvarelhão do Dão e as multinacionais, syrah e touriga nacional.
Mais syrah e touriga, com a primeira segurando o álcool do Reserva e sua estrutura de barrica de 8 meses; e a segunda dando seu toque herbáceo. E a boa notícia, que permeia todos os vinhos apresentado: a excelente relação custo-benefício. Neste, módicos 40 dólares.
As Grandes Escolhas, tops de linha, chegam com dois varietais: o syrah, que tornou-se a uva da moda em toda aquela faixa de Alentejo, Ribatejo e Estrmadura, atual Lisboa. E que dá uma raça de Côtes-duRhône a este rótulo. No alfrocheiro, uma fruta adorável, em belo resgate de uma uva que andava em declínio.
Uma surpresa inesperada para quem degusta os vinhos da região: o bom trabalho que fizeram com riesling e gewurztraminer que são atacados pelo chamado cripto botrytis, uma (ainda) pequena mágica que essa área do Tejo proporciona.