Olha bem para a cor desse vinho com nome de olimpíada de inverno: parece um suco . Amarelo fechado, alaranjado, quase âmbar, com um turvo leve, fascinante. Na boca, mais ainda: salino, iodado, mineral de fonte, com notinhas de ervas medicinais. E denso, dramático, com evolução para a mesma laranja da cor, com cascas, geléias, bagaços. E um damasco, bem depois.
“Tem que saber para quem estamos vendendo”, repara o über sommelier Guilherme Correia, da Decanter, durante a apresentação de uma série de expoentes da Decanter. Inclusive este, um Zidarich Vitovska 2010, que chega como um dos ícones da moda do “orange wine”. E vitovska é a uva, que se mostrou incomum na extração “sur lie”, responsável por todas essas características diferentes – e na persistência.
Explica-se a preocupação do Guilherme: quem não sabe, estranha cores, aromas, estruturas e sabores fora de qualquer curva, em um fenômeno que se observa com monumentos do tipo Viña Tondonia ou o Gravner Anfora, não por coincidência, seu conterrâneo da vizinha Venezia-Giulia. Na surpresa final, o preço sugerido: menos de 150 reais. De graça, para o que é.
VINHO: Vitovska 2010
PRODUTOR: Zidarich
PAÍS: Itália
REGIÃO: Friuli
DENOMINAÇÃO: Carso D.O.C.
CORTE: 100% vitovska
ESTÁGIO: 24 meses
ÁLCOOL: 12º
QUEM TRAZ: Decanter
COTAÇÕES:
WS: (não experimentou)
Jancis: (não experimentou)
Talheres: 92-92