Essa poderia ser a nota de abertura de uma série, a dos arquitetos à mesa, mostrando a atualidade do design das assinaturas, cada vez mais valorizado. Mas o valor – inclusive o custo das peças – pode fazer sentido, já que muitos deles anteciparam tendências que, hoje, cruzamos com naturalidade nos mostruários e, não raro, diante dos nossos pratos.
É o caso da marca da coleção acima, do escritório de Georg Jensen. um designer de pratas (orfèvre) das primeiras décadas do século 20, quando deixou os adornos de salão para se dedicar a joias e, depois, aos tais talheres. Ele foi um dos primeiros a levar o art nouveau à mesa, quebrando o formato de garfos, facas e colheres clássicos, pesados.
Hoje, a agência que leva o seu nome é uma das mais badaladas do mundo, com desenhos imitados ao longo dos últimos 50 anos, muitos deles assinados por outros expoentes, como Arne Jacobsen, seu compatriota, que esteve no cast do estúdio até morrer, em 1971. Ou o francês Jean Nouvel, que, tal como Arne, era um superstar do mundo dos móveis, que contribuíram com o a chancela “by appointment” da coroa (sem trocadilhos) da Dinamarca.