Kihoshk é exatamente o que parece: quiosque. Não essas depressões que temos aqui, mas um bar em Copanhagen, onde os clientes são felizes e não sabem. O nome é inspirado em um rei egípcio fictício, invocado por Hergé para a trama de Tintim em “Os charutos do faraó”, com direito à cobrinha na letra O. Como em todos os bares civilizados de países idem, eles fazem as suas cervejas – e com moral para contar com três rótulos com a Mikkeller. Dois deles, o Doszt e a Saison Sally chegaram ao Brasil, dentro daquele esquema errático do “tem mas não tem”. Conseguindo a terceira, incluo e aviso.
Mikkeller Kihoshk
Saison Sally
Encorpada, condimentada, abre com uma compota de abacaxis e passa por melões e, por fim, uma manga e uma bela banana verde. Estamos no coração de uma feira caribenha. Nada mal para quem abre bem protocolar, com os cereais no nariz e um levíssimo amargor, estável até o último gole. Dourada, levemente turva, sem agressvidades, persistente, densa mas macia, volumosa de encher a boca. Adoro esses caras. Bela compra.
Mikkeller Kihoshk
Doszt
Esa é pra quem curte amargor e os efeitos do lúpulo. Aqui, a erva não é citrina no perfume, mas deixa aquele amargo de écorce lá atrás da língua. Muito floral, muito fresca, muito leve. Não tem objetivo de adocicar nem de deixar nenhuma bochecha mole. Mesmo assim, tem uma espuma elegante, mas que cede rapidamente e deixa só uma leve nebulosidade no correr do período. Com a temperatura, as frutas se revelam mamão e manga, deixando o efeito da cerveja ainda mais vibrante.