Adorável ícone do herbarium mediterrâneo, é uma planta com histórico próximo a divindades (Vishnu, na Índia) e realezas, como no mandarim ‘luo lo’ (羅勒 – cacho real) ou como no latim, ‘erba regia’ do tempo dos romanos, exclusiva de políticos e dignatários por ser, na época, tão rara. Entre os egípcios, torna-se um desafio para o trio “ouro, incenso e mirra”, dos cristãos, já que os corpos eram embalsamados com incenso, mirra e… manjericão.
Hoje, com seu paladar refrescante e sua cor de um verde profundo é o fundamento dos pestos napolitanos e uma das bases da salada caprese e das pizzas do tipo ‘margherita’ – curiosamente, um dos compêndios modernos da culinária italiana, a Grande Enciclopedia della Gastronomia, sequer cita esta última especialidade, apesar da consagração mundial da fórmula.
Há quem garanta sentir a erva em licores como o ‘Chartreuse’, o que é natural, já que é plantado nos jardins de monastérios desde o século 12. No Ménagier de Paris, de 1393, era grafado como “bazeillecoq” e já registrava exemplares de folhas grandes como uma mão, das variedades ‘napoletana’ e ‘mammouth’, próprias para o pesto.
São sempre preferidas a outras folhas do mesmo gênero Ocimum, como a alfavaca e a manjerona, origem da expressão em português, que, ninguém sabe o porquê, é a única língua latina que não segue a etimologia mediterrânea. Pelo menos nesse caso, ninguém aqui fala grego.
Receita de drinque com morangos e manjericão
Receita de pargo do Fasano, com recheio de manjericão e tomate fresco.
Receita de bacalhau do Gero, com manjericão crocante
Receita de salada caprese, do Quadrucci, no Leblon