Sim, senhor: vinho croata. Sem surpresas e cara alegre. Afinal, o mapa da Croácia está na passagem dos vinhos gregos na rota da Itália. E isso é uma história que está em qualquer copo. Além disso, a qualidade dos vinhos eslovenos, na vizinhança imediata, mostra a mesma passagem, mas em sentido contrário, na rota inversa da qualidade e da visibilidade dos rótulos da antiga Iugoslávia, de litorais deslumbrantes pelo mar e pelos vinhedos. E pelos dois juntos, como no caso da Korta Katarina.
O rótulo vem no original, sem pistas para uvas e outros detalhes, a não ser um misterioso “plavac mali”, que parece mais um feitiço de Hogwart. Mas temos cá nossos magos. Diego Arrebola, über sommelier, consultor da rede Pobre Juan, revelou os bastidores daquele vinho generoso, denso, poderoso, com as notas que só um amarone idoso, de alto nível, nos traria: a oxidação e concentração.
“É uma uva que dá cachos cheios, mas que nem sempre amadurecem ao mesmo tempo”, revela, Diego, sobre a plavac mali (sim, é a uva), relacionada à zinfandel e, portanto, à italiana primitivo. “Como todas as uvas têm de estar maduras, algumas vão além e transmitem essa sensação de uva passa na boca”, desvenda o consultor.