Alan Davidson é o nosso Elvis. Não morreu. Mas viveu discretamente. Foi diplomata no Sudeste Asiático e tornou-se uma das maiores autoridades inglesas na documentação da cozinha oriental. É dele o maior compêndio dos peixes comestíveis dos oceanos. Para quem vai fundo no estudo da gastronomia, Alan Davidson não morrerá jamais. A prova disso é o lançamento da edição mais recente do seu livrão, o Oxford Companion to Food, um compêndio de 2.500 verbetes distribuídos ao longo de 907 páginas, que desenvolveu desde a virada do século.
Seu time de colaboradores continua afiado e evoluindo artigos que cobrem temas tão diversos quanto a cozinha judaica, o preparo de tamanduás e cangurus e, para os vegetarianos, que não são idiotas, o uso dos cogumelos alucinógenos. E, dentro do possível, mantêm o texto limpo e sem engajamentos do autor. Mais do que fonte de referência, é leitura fina e sem o heliocentrismo do Larousse Gastronomique, que os incautos consideram o maior compêndio de gastronomia.
Pode até ser, desde que essa gastronomia seja só a francesa, especialmente quando a pesquisa nos diz respeito: O Larousse não cita a nossa farofa – Davidson cita. Eles não falavam em açaí – Davidson falará, na edição de 2014, que estará no ar em 14 de outubro. Mais revista, mais ampliada e com doses sem contenções de um dos ingredientes mais atraentes da gastronomia, a história.
Oxford Companion to Food
907 Páginas
Na Amazon Books, por miseráveis 60 reais.