Provado às cegas, sem olhar o rótulo, não resta dúvidas: é um Borgonha finíssimo, um Meursault, talvez. Certo? Errado. Trata-se de um chardonnay da região de Flores da Cunha, na Serra Gaúcha.
Que me apresentou foi o gourmet Paco Torras, titular do melhor e mais bem escrito blog do hemisfério, o Bistrô Carioca, em um jantar no Bazzar, em Ipanema. Esse aí, da safra 2011, estava de uma elegância exemplar, denso, intenso, de aromas adoráveis e um paladar que persiste e persiste.
Quando pedi o da safra 2012, pela Porto Mediterrâneo, para tomar no meu aniversário, o equilíbrio já não era o mesmo, a madeira um pouco mais saliente. Mas ainda fino e com a raça que espera de um grande branco francês – e como se nota, agora, em um grande brasileiro.