Esse é o tipo de post que deveria entrar ou na época do Halloween. Ou dias antes do 14 de julho, data que a França ainda festeja, aom alegria inocente e desinformada, um dos maiores tropeços de sua história: a Révolution, que deu errado – não só a monarquia voltou como instaurou-se um império -, atrasou o desenvolvimento do país, deixando-o sempre um século atrás de ingleses, americanos a alemães, e ainda trouxe o tumor das travas sindicalistas que minam o país até hoje.
Mas como quem fez a cerveja estava mais na onda dos rótulos macabros – Malheur, Lucifer e outros exemplos tremelicantes, a nota é atemporal, como deve ser qualquer tema divertido. O La Guillotine é um desses temas. É uma cerveja que chega em garrafa de cerâmica, tampa comum mas com o prateado champenois, em um charme que o produtor imprime em uma gama interiminável de outros tipos. Esse, que me apresentou foi o Tom Lima, do Delirium Café, em Ipanema.
E uma bebida adorável, de bom corpo, manto amarelo ouro, pontuada com amargor que se desenvolve bem com a temperatura. Tem corpo de médio a intenso e uma acidez que toma toda a língua, não somente o fundo da boca. Abre com nariz de pêssegos maduros e boca que cresce com geléias, passando por alguma torra até chegar a uma surpresa final de abacaxi. Não entendo as baixas cotações da RateBeer. Mas fico satifeito em contrariá-las.
RÓTULO: La Guillotine
PRODUTOR: Brouwerij Huyghe
PAÍS: Bélgica
REGIÃO: Bruxelas
TIPO: Belgian strong pale ale
ÁLCOOL:8,5%
Beer Advocate: 89/95
RateBeer: 78/55
Brejas: 3,7 / 3,9 (max. 5,0)
Talheres: 85-90 (início/fim)