Já não tenho paciência para a pensata sobre um vinho que é bom para os cariocas porque é perfeito para a beira da piscina. Como assim? Não há tantas piscinas assim que difundam um gosto por uma bebida específica para as suas margens, fora cervejas baratas, mergulhadas naqueles abomináveis geleiros da Budweiser. Ou uma caipirinha. Ou um pavoroso uísque com redbull. Nem em São Paulo é assim. Brasília, talvez.
Fica difícil, portanto, pensar em bebidas mais refinadas, a não ser nas exceções dos champanhas, para os bolsos mais largos das bermudas importadas. Para outras, quase nada, muito menos os vinhos brancos, muito menos os brancos espanhóis, diferentes, com ginga própria, como esse aí, o Verderol, um refresco de muitos perfumes de flores e frutas e, na boca, uma acidez delicada. Esse vinho é a piscina.
Além disso, se piscina remete a verão, o Verderol é mais para primavera – e longe do cloro e das crianças barulhentas, mas próximos de brincadeiras nada infantis como petiscos mais salgados como um chouriço português. Ou a vieira e o mexilhão, que, convenhamos, não são de beira de piscina. Além disso, a mesma primavera do rótulo está no paladar de um vinho leve, que desce fácil.
Coisas que se tira da uva verdejo – não confundir com o verdelho português – e que dão orgulho a regiões como Rueda, onde é o branco-símbolo daquela pequena nação de vinhos redondos, com trocadilho. Esse, com simpatia no preço (andava na casa dos 50 reais, na Grand Cru) e até no nome dos produtoressimpáticos até no nome: Hijos de Alberto Gutierrez.