Às vezes, o motivo da comemoração está na mesma mão do brinde e ninguém percebe. No caso da Barnaut, um champanhe leve mas com estrutura, próprio para celebrações, comemos mosca. No ano passado, eles comemoraram 140 anos de existência. Para saber um pouco mais desse rótulo, fui ao único dos compêndios que deu alguma bola pra esse rótulo, a Larousse du Champagne. Ali, fala-se mais do que no site (paupérrimo) dessa maison da cidade de Boulay, onde a família de Edmond Barnaut começou a produzir seu próprio champanhe a partir de algo raro na região: a própria colheita.
Nesse aí da foto, as safras de chardonnay e de pinot noir nos já soltam a raça da região no nariz de torradas de piquenique, ou seja, com flores, frutas cítricas, pêssegos, alguma baunilha. Antes de olhar e evolução, vale a pena curtir o perlage fino do que o atual proprietário e chef de cave, Philippe Secondé, no sugere. Depois dos primeiros goles, surgem notinhas quentes de frutas cristalizadas e avelãs quentinhas. Na boca, cremosidade e delicadeza, próprio para uma manhã de verão. Ou em um almoço daquele mesmo piquenique a que nos referimos, já que Secondé sugere que acompanhe aves – o que é um convescote sem um frangão?