O riesling português, parte 1

[8 abr 2015 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

Arrepiado Velho seria um daqueles nomes divertidíssimos de blocos cariocas. Isso, se já não fosse uma das mais celebradas vinícolas do Alentejo moderno. Não são de lá, mas chegaram após as dicas de David Booth sobre a área de Sousel, na sub-região de Portalegre. Os rieslings dão um show de frescor (em Portugal, eles dizem “frescura”), como esse da foto, o Riesling de Netas da White Series,  perfumado, mineral, cítrico.


Arrepiado Velho Riseling de Netas (Foto: Pedro Mello e Souza)

Dizem “netas” por conta de uma escolha de grãos de colheita mais tardia, de um sol que bate até novembro, o que dá um toque mais denso, mais dramático, com o equilíbrio luxuoso entre a acidez da uva com o carvalho francês bem temperado, o que mantém a boca ainda muito fina.

 

Sede da Herdade do Arrepiado Velho, onde fizemos as provas (Foto: Pedro Mello e Souza)

Outros dois brancos da casa contam com naipes de uvas que pouco – ou nunca – estiveram juntas: a antão vaz, o riesling, o verdelho e o chardonnay, de entrada de gama, que, lá, sai por 8 euros. Outro, mais elaborado, da série Arrepiado Collection, mantém o riesling e o antão vaz, dispensa o verdelho e troca o chardonnay pelo viognier. Madeira sem exageros, parte em cubas de aço, para dar uma elegância e uma maciez raras na regiao. A nota curiosa desses dois rotulos é o corte multinacional: em uma garrafa só, Portugal, Alemanha e França. União Européia é isso aí.

 

O riseling varietal (Foto: Pedro Mello e Souza)

 

União Européia na garrafa: as lusas verdelho e antão vaz, a francesa viognier e a alemã riesling (Foto: Pedro Mello e Souza)

 

 

 

 


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