Pequeno aroma de história. Mike Grgich, ainda vivo (muito vivo), e seu fumé blanc – sauvignon blanc feito à moda dos Pouilly-Fumés, do Loire, consistente mas elegante, vibrante mas fino, frutoso mas charmoso. E, com tudo isso, fresco e refinado. É um twist no tempo: o presente (sentido gift) do pretérito. Ele, que foi um dos avaliados no mítico Julgamento de Paris, ajudou a levar Bordeaux para o banco dos réus. E a Califórnia para a banca dos reis.
Em tempo: o o nome complicado de Mike é croata. Chegou na região há mais de 60 anos, fugido das privações do socialismo iugoslavo, para fazer duas coisas: a história da Califórnia; e, da Califórnia, sua história. Se châteaux americanos como Montelena e Beaulieu humilharam os franceses na degustação ás cegas, agradeçam a ele. Aqui, a homenagem vem gota a gota, na mesa do Bazzar. Não é vinho barato, mas o que importa mais é o barato do vinho, uma aula de sauvignon blanc.