Antes de mais nada, o “Café” do rótulo não tem referência com o grão, mas a uma brincadeira com o ponto de encontro, o café europeu – que se torna mais brincadeira ainda, já que, em um café europeu, o menos provável é que se encontre um monge. Mas se eles lá fossem, o que discutiriam? Talvez um dos seus estilos mais polêmicos, indígenos, endêmicos, a cerveja sour.
Discutiriam o conteúdo da Monk’s Café, da cervejaria Steenberge, a mesma da Piraat e da Gulden Draak. O rótulo acusa uma red ale, que está mais para dark brown e ainda mais para sour ale. O azedo lembraria o de um remédio, fenômeno nada estranho para uma “brouwerij” de 1874, quando muito do que existia de alcoólico estava nas prateleiras das farmácias.
Amargor muito agradável, desde o nariz, quando uma nota de vermute mostra o há de estrutura na cerveja. O corpo agradável é uma ajuda aos iniciantes – nem todos vão ter boa lembrança de algo de vai amargar o presente e, claro, o futuro de sua compreensão sobre o estilo e sua aplicação sobre esse rótulo. Do tamarindo ao guaraná, há um alegre jogo de complexidades.
Para acompanhar, muitas opções. Uma delas, o ceviche, se o cítrico for delicado o suficiente para não destruir a delicadeza da cerveja. Outra delas – outras delas, melhor dizendo, seriam pratos acridoces, dos cheeseburgueres com reduções adocicadas de cebolas aos espetos com teriyakis.
RÓTULO: Monk’s Café
PRODUTOR: Van Steenberge
PAÍS: Bélgica
ESTADO: Flandres
CIDADE: Ertvelde
ESTILO: Flemish Sour Ale
ÁLCOOL: 11.8%
IBU: N/A
LÚPULOS: N/A
MALTES: N/A
FORMATO: Garrafa escura, 355ml
QUEM TRAZ: Buena Beer