Quem esperava alguma explosão radical de criatividade de Leonardo Botto, vai ter de esperar a próxima. Criatividade, sobrou. Mas o radicalismo, ele deixou em cima da pia, para fazer uma das grandes homenagens que um cervejeiro poderia fazer a um estilo, que, se nao é primitivo, é primal: na abertura de sua casa, fez uma pilsen.
Cheirosa, densa, refrescante e, coisa rara, persistente, é cerveja com caráter original, malte pilsner também original, mão leve nos lúpulos, manto dourado, como convém. É homenagem ao estilo e também um toque na tecla vintage na qual os americanos já batucam há algum tempo: o restorno às origens, com o good old lager style.
A mais notável das apelações das cervejas origina-se da cidade de Pilsen, na fronteira dos tchecos com a Áustria. Seu sabor ligeiramente amargo, remete menos aos lúpulos e mais à clareza o malte de seus cereais de origem, fez escola gerando produções similares em todo o mundo – o Brasil inclusive.
Dentro de toda a história da cerveja, a pilsen é uma variedade relativamente nova – “apenas” 150 anos desde que foi produzida pela primeira vez. Inspirou de tal forma a cervejaria alemã, a bávara, principalmente, que, atualmente, é considerada – e rotulada – como um dos sinônimos de ceveja ‘lager’ e um dos seus mais brilhantes representantes.