O italiano de Mariani

[27 nov 2018 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]
John Mariani e seu carnaval de informações, histórias e diversões em torno da culinária italiana

John Mariani e seu carnaval de informações, histórias e diversões em torno da culinária italiana

Recebo correspondência de John Mariani todas as semanas. Não, ele não tem ideia de quem eu sou. Mas privo de sua intimidade porque acompanho suas resenhas semanais sobre os restaurantes em torno de sua base, em Nova York. Até restaurantes no Alaska e em Ohio, onde não há restaurantes, ele relaciona.

 

E durmo com ele muitas noites, quando seus livros escorregam na minha cabeceira depois de tentar ler, já com o olho fechando, aquele últiimo, só mais um, de seus verbetes temperados com informação e graça, seja do American Food and Drink Dictionary, que já resenhei aqui, seja deste alegre Dictionary of Italian Food, que eu, sozinho, me encarrego de celebrar os seus 20 anos de lançamento.

 

É um fundamento, em paperback (livro de capa mole), sobre o seu ponto de vista daquela gastronomia tão vasta: aquela que interessa ao americano de ascendência italiana, especialmente os do sul – calabreses, sicilianos, puglieses – ou do norte, com venezianos e tiroleses.

 

Nada menos do que 2.500 verbetes, ao longo de 320 páginas, pontuadas com receitas simples – a cozinha italiana é simples – de poucas linhas de informações, mas páginas e mais páginas de informação, que, ligada à história, fazem do livro uma diversão em cada página.

 

Inclusive a capa, lindíssima, alegríssima, confeitada como em carnaval – no livro, aliás, aprende-se que nosso esquecido confete, amigo da serpentina, vem do veneziano ‘confetti’, que eram os pequenos confeitos que as damas jogavam das janelas quando apreciavam uma fantasia, ou quem estava dentro dela, durante do belo e chato desfile das figuras da Commedia dell’Arte.

 

Sugestão a quem quer aprender: vá à Amazon (link dedicado ao livro aqui), que, mesmo com o livro esgotado, mantém uma rede de gente que tem o estranho hábito de comprar o livro, lê-lo e vendê-lo. Azar o dele, sorte nossa.

 

 

 


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