Por definição, os livros de receitas são temáticos. Todos sempre o foram. Mas quais os critérios?
Mesmo os antigos compêndios europeus, das páginas de Guillaume de Taillevent às notas de cozinha de Leonardo da Vinci, passando pelo caderno da Infanta Dona Maria e até dos mais célebres códex atribuídos a Apicius, todos eles foram organizados com um olho na rotina da cozinha.
Assim, os momentos das sopas e dos assados eram separados das doçarias, das conservas e – sempre freqüentes – dos preparados para os doentes.
A globalização, que a culinária antecipou para a Renascença, reuniu elementos étnicos em obras até então estanques e defendidas até dos vizinhos.
Mas o passado trouxe a experiência para o presente de Carla Pernambuco, a famosa Carlota dos restaurantes que batiza no Rio e em São Paulo.
Ela está lançando “Dez x 10 – 100 receitas para comer de joelhos” (Editora Leya, 256 páginas, R$ 74,90). É a sexta publicação da chef gaúcha.
A contribuição de Carlota para o universo dos livros de receita está na combinação de seções tão diversas quanto a brasileira e a asiática, a urbana e a vegetariana, a crua e a pecaminosa – a sobremesa.
Entre as suas leituras, o couscous royal, o bolinho de mandioca com bobó de camarão e a polenta aos quatro queijos.
Um glossário com a sua própria leitura dos ingredientes e dos utensílios úteis para quem vai folheá-la, completam a nova etapa da chef e empresária – e escritora.