O perfil gastronômico de Paulo Tiefenthaler, do programa Larica Total
Não digam que o programa Larica Total, que Paulo Tiefenthaler volta a apresentar a partir de hoje, 10 de abril, no Canal Brasil, é baixa gastronomia. Para ele, ou o seu personagem Paulo Oliveira, a gastronomia é coisa séria, mesmo sem saber exatamente o que vai encontrar na geladeira de seu apartamento em Santa Teresa, no Rio de Janeiro. E mesmo se fosse gastronomia baixa, a audiência do programa é cada vez mais alta, o que levou a produção do canal a preparar a terceira temporada da série – divertidíssima e já com temperos de linha cult -, que contou até com a participação de outros personagens, como Claude Troisgros. Em um dos intervalos das gravações, ele revelou o seu perfil gastronômico, denso e irreverente quanto o da larica que ele nos traz.
Você tem fome de quê?
Tenho fome de boa comida. Energia que vai entrar no seu corpinho! Pense sempre no que esta entrando em você.
Você tem sede de quê?
Água, cachaça, uísque. Sucos e os melhores vinhos. Jamais vinho vagabundo.
O que você considera alta gastronomia?
Alta gastronomia são os melhores e mais caros produtos unidos pelos melhores cozinheiros em seus fogões e fornos para nos encantar com os sabores incríveis que temos nessa terra.
E a baixa?
Baixa gastronomia é essa comida de quinta categoria que se come na rua todos os dias, nos restaurantes a quilo, nos quiosques e nos fast-foods da vida. Pode se comer, comer muito bem gastando pouco… Aprenda a cozinhar e pare de comer tanta farinha.
Quais foram as primeiras experiências marcantes em casa?
A primeira vez que fiz um macarrão em casa, quando criança, tentei sozinho. Virou um purê. Não sabia quanto tempo deixar na água fervendo. Desastre, desastre. Mas nunca mais errei.
Já passou por cozinhas de restaurantes?
Nunca cozinhei em restaurantes. Não sou profissional. Mas uma vez encontrei uma baratinha, no copo do meu suco de laranja, no restaurante mais caro do Rio, numa época passada.
Qual o “must” da cozinha nordestina?
Tapioca e bobó de camarão, que experimentei no Rio e em Salvador, há muito tempo. Amo.
O que você evita?
Gordura em excesso e farinha demais.
E a “nouvelle cuisine”, o que acha?
Do jeito que foi inventada, eu gosto. A filosofia era de trabalhar somente com produtos frescos, que estivessem ao seu alcance, na sua região. Depois virou aquela babaquice de porções mínimas e caríssimas. Você tinha que comer no mínimo uma saladinha em casa antes de sair, para não passar fome depois de pagar muito por muito pouco nos restaurantes. Ainda bem que isso acabou.
E do mar, o que prefere e o que evita?
Gosto de tudo: caviar, marisco, camarão, siri, lula, cação e o meu preferido: o badejo grelhado com uvas verdes e frescas e arroz de nozes. Para acompanhar um bom vinho branco alemão.
O que não rola na sua feijoada?
Macarrão.
Os seus restaurantes do coração:
Na cozinha brasileira, o Barreado, em Vargem Grande. Entre os orientais, o Azumi, em Copacabana, e o Mr. Lam, na Lagoa. Entre os grandes restaurantes, o Antiquarius e o Olympe. Gosto da cozinha italiana da Trattoria, em Copacabana, e da pizza do Braz. Entre os botecos, Bar do Gomes, onde curto o croquete de carne, e o Pavão Azul. Na hora da tradição, fico com o Nova Capela.
Qual livro de gastronomia chamou a sua atenção?
Ganhei, de um fã de Londres, o último livro do Jamie Oliver e achei muito interessante a proposta de que qualquer um pode aprender a cozinhar bem e saudavelmente em 24 horas. As receitas são muito simples e deliciosas. Ponto para ele.
What’s hot e what’s not na gastronomia?
Hot: Hot dog, churrasco e sopa.
Not: sorvete e gordura.
Petisco assistindo ao filme ou ao futebol?
Caldinho de feijão, queijinho provolone e tomatinho com queijo de cabra!
O que come quando dá insônia?
Bebo leite, que ajuda a acalmar e a dar sono.
O que mais o irrita em coquetéis?
Quando é coquetel pobre e tem muito mais refrigerante rolando do que bebida alcoólica. E a fome desengonçada de algumas pessoas.
Essa é ótima! Adooooro o programa dele!