Cafeína com gosto

[24 maio 2011 | Pedro Mello e Souza | Um comentário ]

 

Quem olha assim pensa que o objeto da foto acima é uma nova modalidade do cubo mágico. Ou o mais recente projeto do Guggenheim de Bilbao. Ou ainda a nova versão do espaguete à bolonhesa do Heston Blumenthal. Mas a coisa é mais básica: trata-se da molecula da cafeína. E bem a propósito, já que hoje, 24 de maio, é o Dia Nacional do Café.

 

Por trás da aparência fofinha de um brinquedo adulto está um dos tabus alimentares mais discutidos da atualidade – o lado bom (ou mau) da substância. Por um lado, é considerada a vilão de alguns tipos de hiperatividade, de ataques gástricos e da já mítica perda de sono.

 

Mas, por outro, está uma série de pesquisas que dão conta da melhoria do estado de memória de pacientes de doenças como o Mal de Alzheimer. E está colocada também, aí dentro do nosso dia-a-dia, como uma das panacéias contra as agruras de uma noite bem bebida.

 

Mas como as pesquisas ainda estão restritas às notas de laboratórios e às observações de um grupo ainda incipiente de pacientes, a indústria trata de se defender. Um dos argumentos está na temperatura de preparo do café: se a água estiver abaixo de 90 graus, a substância seria pouco ou nada liberada, independentemente da concentração, especialmente nos espressos de extração controlada.

 

Faz sentido: nas longas noites de vigília dos sacerdotes abissínios e iemenitas (leiam-se Etiópia e Iêmen, berços do café), em idos do século o grão torrado teria sido usado pela primeira vez para manter um êxtase místico, durante rezas e outras cerimônias. Tudo isso na localidade litorânea que seria, um dia, conhecida como Moka, ponto de partida da história do café.

 

A conferir…

 

A brincadeira desse post é resultado de um aplicativo gratuito para iPad, o Mollecules, que dá a forma de uma série imensa de elementos químicos, da água ao dna. Lindo, fascinante e, como todo o item ligado à física e à química, com um saboroso viés gastronômico.


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