Originalmente, ‘bifteck à la tartare’. Ou, entre os belgas, ‘bifteck à l’ américaine’, é um prato de origem francesa, registrado em meados de 1880 como “bifteck à la turque” (*), mas consagrado em todo mundo pela hotelaria em fins dos anos 50. Tratava-se, na época, de um serviço de filé mignon limpo e moído de carne de cavalo ou boi, guarnecido com cebolas e salsinhas picadas, uma bela gema de ovo crua, sal e pimenta parcimoniosos e especiarias e temperos como a mostarda, a alcaparra e a raiz forte.
Estes dois últimos ingredientes justificam a apelação ‘à la tartare’, forma pela qual a antiga hotelaria definia – a eterna escola ainda define – os pratos de carne à base de molhos picantes. A carne crua do quibe cru otomano seria ainda o motivo pela expressão “à la turque”. A surradíssima versão de que a expressão ‘tartare’ remete a uma antiga especialidade que os guerreiros mongóis mantinham sob suas selas é lenda tão criativa quanto fantasiosa e tem consistência apenas para conferir ao prato algum ingrediente épico.
(*) citação do livro Dictionnaire Universel de Cuisine Pratique, do século XIX, em que somos tratados como “L’empire du Brésil”
Steak tartare
Receita do restaurante Esplanada Grill
Ingredientes:
350g de filé mignon
1 gema de ovo crua
1 colher de sopa de cebola picada
1 colher de café de alho picado
1 colher de sopa de alici
1 colher de sopa de clara de ovo cozida
1 colher de sopa de gema de ovo cozida
1 colher de sopa de salsa
1 colher de sopa de mostarda dijon
Algumas pitadas de molho inglês
3 ml de sumo de limão
3 ml de conhaque
2 colheres de sopa de azeite
Modo de preparo:
Limpar bem a carne de nervos e gorduras.
Misturar bem todos os ingredientes do molho até que a emulsão fique homogênea.
Misturar a carne com a gema crua e, depois, com os demais ingredientes
Misturar com o molho.
Servir com aipim frito ou batata prussiana bem sequinha.
Tempo de preparo: 5 minutos
Número de calorias: N/A
Harmonização (tipo de uva que melhor combina): carmenère, se pouco condimentado, riesling, se mais picante.
Dicas do chef:
– passar a carne em moedor de maior bitola possível, para que a carne mantenha consistência.
– servir no ato, para evitar que a mostarda e o conhaque “curem” a carne.
– há quem reduza e há quem aumente a quantidade de molho. E para uma receita mais picante, páprica doce a gosto – uma colher rasa de chá.
– há quem goste de passar na chapa e como hambúrguer, mas rapidamente.
– carmenère, se for menos condimentado; riesling, se for mais picante.
Texto absolutamente irretocável.