PERFIL GASTRONÔMICO
Mateus Solano
Por Fernanda Menegotto
Galã em dose dupla na novela global “Viver a Vida” e, recentemente, em “Morde e Assopra”, o ator Mateus Solano é um sujeito simples. Gosta mesmo da cozinha feita com amor, aquela “da mamãe” . Não há ingrediente sofisticado ou chefe badalado que, para ele, substituam os pratos triviais e informalmente preparados. Caviar beluga? Bottarga? Vinho de rótulo premiado? Que nada. Nem o crème de la crème da nouvelle cuisine abala a preferência pela cozinha tipicamente brasileira. Em uma entrevista exclusiva, o ator confessou a paixão por pimenta em generosa quantidade. “Pimenta is hot, mas muito tempero is not”, diz o moço. Caipirinha, feijoada, queijo coalho também não saem do cardápio. Deslize gastronômico? Ovo cru, que Mateus a-do-ra comer escondido. Mas quem reparou nisso?
O que você considera alta e baixa gastronomia?
Baixa gastronomia é aquela feita sem amor. “Comidinha da mamãe” sempre será a mais alta gastronomia.
Qual o primeiro grande restaurante a te impressionar?
A saudosa churrascaria Marius, onde fui duas vezes na vida e nunca esqueci
Qual foi a sua experiência marcante – a maior até hoje – na área da gastronomia?
Acho que a paixão à primeira vista com a culinária japonesa.
Onde ainda não esteve, mas estará?
No Ostradamus, em Florianópolis, onde quero muito provar o rodízio de ostras deles.
Qual o “must” da cozinha nordestina?
Os restaurantes do Largo dos Guimarães, em Santa Tereza, têm um jabá com jerimum de se comer chorando.
O que você evita?
Fast food. Mas às vezes dá uma vontade e eu me estrago numa lanchonete. A verdade é que como de tudo, menos alcaçuz e marron glacê.
E do mar?
Adoro frutos do mar. Mas tem que ser bem preparado, né? A cozinha é uma arte, meu primeiro professor de teatro sempre dizia que é como o teatro: Você pode fazer o mesmo prato todos os dias e ele nunca será igual; e, com amor, tanto o prato quanto a peça ficam bem melhores.
E da cozinha brasileira?
Adoro feijoada. Comer é um dos meus maiores prazeres e não abriria mão de nada na minha feijoada.
Os restaurantes que freqüenta:
Entre os brasileiros, o Braseiro da Gávea; com os japoneses, no Manekineko. Entre os tailandeses, vou a qualquer um em Parati. Adoro a cozinha portuguesa do Nova Capela, na Lapa, a francesa do Le Vin, no Rio e em São Paulo, as fornerias e cantinas paulistanas, para os italianos, embora goste muita da pizza do O Forno, no Rio. Entre os botecos, o Taco, no Humaitá.
Os seus petiscos prediletos:
O bolinho de bacalhau do Nova Capela, o pastel da feira de Laranjeiras, o queijo coalho da Praia de Ipanema, o caldinho de feijão do Botequim Informal e a caipirinha do Hipódromo, na Gávea.
A grande preferência:
Pimenta, muita pimenta. Sou apreciador mesmo.
What’s hot e what’s not na gastronomia?
Pimenta é hot, mas muito tempero is not.
O que come sozinho em casa quando ninguém ta olhando…?
Ovo cru.
O que mais irrita em coquetéis?
Comida sem gosto.
O filme de gastronomia:
Estômago
Quem melhor come e quem melhor bebe no mundo?
Acho que é o brasileiro mesmo.
Quais os seus companheiros da boa mesa?
Qualquer um que eu goste.
O que falta dizer?
Muita, mas muita gente no mundo não tem o que comer.
O que falta comer?
Não sei, mas a vida é cheia de sabores pra gente provar. Quero sempre me surpreender.