De “nebbia”, névoa, condição atmosférica sob a qual se colhem essas uvas, matrizes de alguns dos vinhos mais excepcionais do Piemonte, notadamente o Nebbiolo di Alba e o Barolo, respectivamente D.O.C. e D.O.C.G. Geram vinhos elegantes, encorpados e capitosos, de bela cor rubi, que respondem à guarda com grande qualidade. No caso nos barbarescos e dos barolos, Pio Boffa, herdeiro da idílica Pio Cesare, nos ensina como o terreno influencia a uva, dando a cada um deles nuances tão distintas.
Ele falava dos vinhos que apresentou à imprensa, durante um almoço no Gero, promovido pela Decanter. E definiu seu Barolo Classico como um rei, mais másculo, de corpo, taninos e acidez nítidos. E o seu barbaresco como a rainha, mais feminino, menos tânico, mais gentile. Ao apresentar outros três barolos, o Bricco 2006 e os Ornatos 2006 e 2007, esse em garrafa magnum, ele confessa que o nebbiolo é uma uva tão grande e que revela personalidade tão proeminente com o tempo que, durante o envelhecimento, pode corrigir qualquer falha de climas, terras ou enólogos.
Na região do Langhe, entre Alba e Barolo, são cultivados desde antes do século XIII, tal como atestam inventários do castelo de Rivoli, de 1265. A Pio Cesare, um dos pioneiros na produção de barolos, já celebra 130 anos de existência. Diversas subvariedades (lampia, michet, rosé) são cultivadas no Piemonte, onde o nebbiolo é também denominado ‘chievennasca’ (no Valtellinese), ‘picotenter’ e ‘picutener’ (no Canavesano), ‘pugnet’ e ‘uva spana’ (no Novarese), como nos ensina Pierre Galet.