Guity é fechado, Lisboa protesta

[13 dez 2011 | Pedro Mello e Souza | 5 comentários ]

Chef Olivier: perseguição, twist e irreverência (Foto: Arlindo Camacho / Global Imagens)

 

A página no Facebook do restaurante Guilty, em Lisboa, está fervendo. Os clientes da casa, que conta com cardápio e DJ e tempera balada com gastronomia estão revoltados com o fechamento do restaurante na última sexta-feira (com direito à detenção do chef Olivier) por ordem da Asae – Autoridade de Segurança Alimentar e Econômica. O motivo do fechamento: falta de alvará de funcionamento para pista de dança. A razão da detenção, desobediência.

 

Para o colunista Ferreira Fernandes, do Diário de Notícias, principal jornal de Lisboa, esse tipo de lei, levado à letra, pode impedir que um garçom conte uma piada ao apresentar a conta. E continua: “Estamos em crise (é o que tenho lido). Seria prudente que os aplicadores da lei parva respeitassem quem quer e sabe trabalhar. Se não sabem fazer o mesmo, ao menos que fechem os olhos. Se um tipo da ASAE vir um par a dar um passo para a direita e dois para esquerda, que não veja nisso tango mas, sei lá, só a gentileza de dois clientes tentando dar passagem um a outra. ”

 

Em nota, a Asae afirma que o objetivo da ação foi conferir o cumprimento de uma série de exigências para regularização da situação da casa, emitidas anteriormente.

 

Em resposta, a administração da Guilty afirmou que já foram tomadas as providências necessárias no sentido de acomodar as recomendações da Asae. “O Guilty corresponde a um conceito novo sem igual, que agrega as componentes de restaurante e bar, sendo que, não tendo sido idealizado para ter qualquer zona de dança, os respectivos clientes têm vindo, por sua iniciativa, a utilizar cada recanto do estabelecimento para o efeito”, acrescenta o comunicado da casa.

 

O chef Olivier da Costa, dono do Guilty, estará diante do juiz nessa semana sobre o caso de desobediência, pelo qual esteve detido por algumas horas. Quando aos motivos da ação da Asae, ele se diz perseguido e que, mesmo após reuniões com as autoridades, foi fiscalizado mais de 12 vezes. Mas, irreverente, ele  já anuncia a próxima festa da casa: a Prison Break.

 

O Guilty, inaugurado em abril desse ano em uma travessa da Avenida Liberdade, não é o único restaurante com a dança como acompanhamento. Casas como o SeaMe, o Bistrô 100 Maneiras e o The Decadente têm agitado a noite lisboeta com a opção da esticada elegante dentro do próprio restaurante. Ou, como diz Olivier, “cozinha casual com twist”. Literalmente…


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Depoimentos

  1. Chuk Norris disse:

    Fecharam a taberna, prenderam o taberneiro! Para onde vão as wanabes das mini-saias e dos saltos altos?! loucas por notas roxas ?!?

  2. sergio guerreiro disse:

    Aguardo com a devida ansiedade a visita da ASAE,. aos nossos escritórios. por aqui, além de procressos em fim e papelada pelas secretárias, também temos musica e ás vezes festa… Que venham que cá os esperamos.. para um pezinho… de dança..

  3. dalila martins disse:

    É vergonhoso que a ASAE queira destruir um dos poucos sítios divertidos de lisboa.Somos obrigados a dançar numa pista de dança porquê?E se eu não quiser estar numa montra,então a solução é não dançar?Gastem o tempo em coisas mais importantes.Tenham vergonha.

  4. Paula disse:

    Por favor deixem o chef Olivier trabalhar!!
    Há tanta crise na nossa vida que quem trabalha (e muito bem, entenda-se!!!) não o pode fazer e também não pode permitir que os clientes além de comer bem possam divertir-se.
    Cobrem IVA pela diversão!!! Nós pagamos!

  5. petersarapata disse:

    Apesar de por vezes, a ASAE agir de forma “perseguidora”, penso que neste caso tem razão…
    Habito junto do restaurante em questão, e o problema não é a musica ou a dança por parte dos clientes! É que alem da ASAE já o visitar 3 ou mais vezes, e há quem pense que é perseguição, mas o facto é que ele simplesmente à parte de não ter o alvara, nao tem respeitado as ordens da ASAE, em que incluisive uma vez foi fechado por falta de condições de higiene! digo isto, pois após uma visita da ASAE, o restaurante fechou e colocaram mais de 20 sacos pretos na rua com suposto alimentos que vieram posteriormente a ser retirados por parte da CML.