Quem fala em enólogo, fala em orgulho por uvas adequadas, pelas colheitas na hora certa, pela vinificação precisa, pela maturação judiciosa, pelas combinações milimétricas. Mas poucos falam em meter a mão na terra para a sua análise, seu melhoramento, sua irrigação, enfim, seu potencial para a saúde da vinha.
Um desse poucos é Xavier Chone, consultor e co-responsável pelo Maquis Lien, que está completando uma década como uma das novas estrelas do Vale do Colchagua. E um dos destaques das relações custo-benefício em todo o mundo.
O vinho da safra 2006 é quente, capitoso (14% de álcool), de acidez esplêndida e boca encantadora – longo, redondo, persistente – e revela rapidamente as características de um corte tão complexo quanto diferenciado: 32% Syrah , 25% Carmenère, 20% Cabernet Franc, 15% Petit Verdot, and 8% Malbec.
No nariz, ervas e eucaliptos, frutas que evoluem das ameixas aos figos secos e até um travo mineral que lembra um sílex ou um fósforo. Mesmo sendo um vinho realmente surpreendente, o preço nos cardápios brasileiros (acima dos 160 reais) ainda ficam devendo ao dos países civilizados – abaixo de 20 dólares.
Mesmo com s pontuações que rondam os 90 pontos, de Robert Parker a todo o pedigree de Chone, que atende a clientes como os châteaux Cheval Blanc, Haut-Brion e d’Yquem, a Domaine de la Romanée-Conti e, em Napa Valley, o Dominus e o Opus One. Mas, convenhamos, s a culpa não é deles.