Em Portugal, há um famoso ditado que recomenda que “se queres a criança gorda, dê-lha açorda”. Mas não se trata de um suplemento infantil, pelo contrário, uma iguaria adulta – e milenar, já que a expressão vem Do árabe ‘ath-thorba’, “sopa de pão”.
É uma receita rústica cuja fórmula varia conforme a região. Consiste em um caldo ou água fervente despejada em um prato quente coberto com uma papa de alhos, coentros – ou poejos, como sugere Alfredo Saramago – e sal grosso pilados no almofariz e regados com azeite a gosto. Ovos escalfados sobre o prato, que é coberto para completar o cozimento – completa o serviço.
Diferente, portanto, da açorda em forma de purê feita basicamente dos mesmos ingredientes, mas na qual o pão em maior quantidade ensopa e é batido, dando a consistência. Com essa fórmula, usam-se ainda caldos diversos (carne, frango, bacalhau) e misturados a legumes como o tomate, a carnes ou frutos do mar ou acompanhando carapaus ou sardinhas fritas.
Calórica e protéica, é, originalmente, um prato que pode ser consumido tanto no desjejum campesino como na mesa buruguesa, nos momentos mais frios do dia. Eça de Queiroz não especifica qual almoço de açorda degustou o chantre José Miguéis, pároco da Sé de Leiria, antes de morrer, fulminado por uma apoplexia.
eu amo a açôrda do Antiquarius!
E eu?…