A Era da Páscoa à mesa

[1 abr 2012 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

Ovo de Páscoa da Hediard: influência do desenho da Fabergé

 

HISTÓRIA RÁPIDA DOS QUITUTES DA MESA DE PÁSCOA

 

Ovo e coelho, estão ambos ligados aos ritos de fertilidade da primavera, em um simbolismo que rege todas as religiões que existem. O ovo, com egípcios e judeus, como símbolo do renascimento da natureza após o inverno. Ovos de aves diversas eram esvaziados e pintados com motivos alegres ou com cores de família, para serem oferecidos aos amigos.

 

O coelho é a entidade na qual um dos deuses do olimpo germânico converteu-se para conquistar outra deusa, a Estara – a mesma que inspirou a denominação da Páscoa na língua inglesa: Easter.

 

Entre os povos eslavos – russos, principalmente – a tradição de decorar ovos perdura até hoje. Mas o auge do requinte deu-se durante o poder do czar Alexandre III, graças às encomendas ao ourives Carl Fabergé, cujas criações, cravejadas de pedras e lâminas finas, são arrematadas até hoje por lances na Sotheby’s, que chegam à casa do milhão de libras.

 

Um deles eu vi no Louvre.

 

O ovo de Páscoa é antigo, portanto, mas o de chocolate só surgiu no fim do século XIX, quando o cacau passou a ser consumido em barras – antes, era rival do café, na xícara.

 

O cordeiro é outros dos símbolos da fertilidade, especialmente nos povos mediterrâneos, que tinham nas cabras e ovelhas os seus rebanhos mais comuns. E sagrados, portanto. Na França, o “agneau pascal” é uma das iguarias mandatórias da estação.

 

O bacalhau, tal como os peixes em geral, de carnes brancas, era um dos alimentos tolerados na dieta dos antigos católicos durante a Quaresma e seu longo período do jejum – hoje restrito à Sexta-Feira Santa.

 

 

Bacalhau ao queijo da serra, do Antiquairus (Foto Pedro Mello e Souza)

Mais do que simbolizar o sangue de Cristo, na Eucaristia, o vinho era uma das formas que as populações tinham para matar a sede sem recorrer às águas contaminadas pelos esgotos das comunidades. E integrava também as provisões e até fonte de renda dos monastérios, especialmente na Gália Narbonesa do início da Era Cristã.

 

Taí o Châteauneuf du Pape que não nos deixa mentir, produzido na região das Côtes du Rhone, nos arredores de Avignon, sede dos papados, antes de serem transferidos para o Vaticano.

 

 


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