No fim dos anos 80, quando o pintor Jorge Eduardo lançou o livro Realismo poético, ele trouxe ao cenário brasileiro uma primeira visão sobre o foto-realismo. Eram janelas reais, que serviam de molduras para quadros de paisagens urbanas do Rio. De tão realistas, pareciam fotos. Alguns apostariam nisso.
Mais ou menos nessa época, o pintor holandês Tjalf Sparnaay iniciava a sua carreira com esse mesmo estilo. O trabalho sempre foi valorizado, mas a projeção internacional veio agora, graças à gastronomia, tema da exposição Megarealism, uma coleção de naturezas mortas modernas que já esteve em cartaz em locais que vão desde a cidade de Haarlem, onde nasceu, até o Hudson River Museum, em Nova York.
O ovo frito – versgebakken ei – é tema recorrente em suas telas em lona e acetato, com pelo menos três modelos para as cópias que vende, hoje, por preços que chegam a 50 mil euros. Os sanduíches, as batatas fritas (as primeiras da série culinária, pintadas em 1999) e outros fast foods como o fish and chips e guarnições como o ketchup também integram uma galeria mais recente, que inclui alfaces, lagostas, bananas e até docinhos cafoninhas.
A perfeição é tanta que a origem do traço chega a levantar dúvidas. As mesmas que cercaram mestres da natureza morta como Pieter Claesz, Jean Chardin e Johannes Vermeer, que tiveram seus trabalhos cercados de suspeita leviana de uso da camara obscura, que jogava as imagens na parede. Aliás, uma das poucas exceções que Sparnaay faz na série de alimentos é exatamente uma intervenção sobre A moça do brinco de pérola, do próprio Vermeer.
Seria a suspeita realmente leviana?
Estou me rasgando de inveja…
Ok, dizem que perfeito só Deus…. mas esse ovo, tambem é. kkkk
jokes apart, simplesmente incrivel.
adorei conhecer esse artista. thanks.
Sempre volto para rever essa sua materia. Fico sempre encantada; incrivel. Continue me educando com mais assuntos super interessantes, e muito bem colocados com seu jeito fluente e simples de escrever, Adoro.