A fórmula é tão simples que não dá pra dizer quem fez a primeira omelete. Gorda, fofa, baveuse, como dizem os chefes, a iguaria ainda é um campeão de audiência, em bistrôs ou em bufês do café da manha de hotéis. Mas é também um campeão da cozinha rústica, até na origem da palavra. Antigamente, nos fornos comunais, onde cada um assava o seu pão, quem nao tinha levedo ou errava no ponto, acabava com algo parecido com uma panqueca. Feitas em grandes rodelas, com ovos, leite e farinha, eram conhecidos como “lamelles” (lamelas). As rodelas menores, individuais, ficaram conhecidas como “lamelettes”, dando origem à omelete, que acabou consagrada pela hotelaria.
Escoffier dedicou à receita mais de 80 fórmulas, doces ou salgadas. Simples ou elaboradas. “Cada um tem um gosto diferente para a omelete”, dizia ele.
Depois de um tempo de esquecimento, causado pelos novos caminhos da cozinha francesa e pela falácia de que ovos atacam o coração, o omelete volta com novas fórmulas e novos recheios. Um dos exemplos vem do restaurante Norma’s do Lel Parker Meridien, eleito pela revista New York como o melhor café da manhã do mundo. No cardápio do hotel, brilha o “zillion-dollar frittata”, do chef Emile Castillo. Graças ao recheio de lagostas refogadas no uísque 12 anos e de uma bela colherda de legítimo caviar sevruga, a iguaria não custa 1 zilhão – apenas módicos mil dólares. Nada mal para algo que se iniciou no humilde forno de um camponês.
Norma’s
Hotel Parker Meridien
118 West 57th Street
Nova York