O lado Alsácia do Douro

[1 out 2012 | Pedro Mello e Souza | Sem comentários ]

Quinta de Cidro Gewurztraminer 2010 (FOTO Pedro Mello e Souza)

“O cacho é lindo, parece um bonsai e a uva amadurece com um tom rosado na casca”. É o primeiro momento da degustação em que Pedro Silva Reis larga o sorriso sem cerimônia. Ele falava do Quinta do Cidrô Gewurztraminer, uma experiência do rótulo de vinhos de mesa da Real Companhia Velha com a tradicional casca da Alsácia e dos vinhos finos do Reno. É um antigo interesse no desenvolvimento em castas aromáticas, como a que fizeram com o moscatel galego. “Procuramos castas precoces e com aromas, fizemos um trabalho intenso de zonagem, de testes com podagens para adaptar às circunstâncias e tivemos paciência, pois demorou a pegar”, explica Pedro.

 

A minha brincadeira com o rótulo:

 

Quinta do Cidrô Gewurztraminer 2010

Douro

Importador: Barrinhas

Cor de belíssimo dourado, quase citrino, tons levemente esverdeados. Acidez notável, saliente mas nada agressiva, quase cítrico, dá estrutura para encarar pratos como curries e sushis. E, claro, a gordura de um belo leitão. O teor contribui pra isso: 13% – álcool alto para vinho branco, mas que permite um bom ano de guarda, ressalta Pedro Silva Reis. No nariz, o que se espera de um Gewurztraminer: minérios calcáreos e querosene, lichia e alguma violeta na boca. Notinha de anis dá um diferenciada. Acidez é cítrica e de maçã verde. Desce fácil, com frescor e final seco – o frescor pode ser ilusório, pois é um vinho que desce fácil e requer cuidados no entusiasmo. A garrafa segue a proposta da uva, sem máscaras: é longa como a de um belo Alsace.

 

 


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