Quem esteve em Paris nesse fim de semana teve mais uma chance de dar uma olhada no FIPC – Festival Internacional de la Photographie Culinaire. O tema desse ano, que teve o chef Pierre Gagnaire como padrinho, foi o ovo (e as ovas), minha perdição no paladar, minha fixação gastronômica, meu fascínio culinário. De todas as experiências que tive na Europa, nos últimos 12 meses, o ovo esteve presente em praticamente todas.
E não me refiro a presenças escamoteadas, como a dos carbonaras. Cito a clara e a gema em seus esplendores, do cru absoluto aos novos pontos, uns líquidos, outros gelatinosos, todos gloriosos, resultado do curso para cruzar as fronteiras das novas tecnologias da cozinha. O sous vide, em particular, como nas criações prioneiras de Andoni Anduriz, para o Mugaritz e nos desenvolvimentos de Joël Robuchon, em seu L’Atelier, em Paris, ou Rico Zandonella, o novo astro de Zurique.
Ou manter-se no território da tradição, como no caso de Claudio Freitas, que elaborou a dupla ovos e ovas para o cardápio do novo menu do Bazzar Bubble Bar, passando pelas gemas puras como a dos restaurantes Assinatura e 100 Maneiras, de Lisboa. Ou as de Roma, condimentadas com chá luap chang, de Alessandro Pippero. Desse festival, enfim, surge uma degustação para o ano inteiro: a galeria de vencedores das diferentes categorias, que acaba de ser divulgada e está no post seguinte.