No verbete em que fala das cervejas de Natal, no espetacular Oxford Companion to Beer (Oxford Press, 2012), o crítico inglês Christopher Marchbanks diz que as edições da época, especialmente as Christmas ales, são uma forma de cada cervejeiro transpor as suas fronteiras, adicionando novos ingredientes, maltes e tipos de lúpulos, diferentes daqueles que usa tradicionalmente.
São itens incomuns como cravos e canelas, cítricos e pimentas, maçãs e frutas silvestres. Ou gengibres e nibs de chocolate, como as que integraram a edição do ano passado da sugestão natalina da Brew Dog. Não é uma ale, é uma stout. Com poucos pesos e muita complexidade – e uma concentração de álcool menor do que as que marcam a época: 4,5% contra os 5 a 15 que caracterizam essas cervejas.
A irreverência da cervejaria está no rótulo: There is no Santa. Mas se Papai Noel existir, encontre uma e experimente, pois está praticamente esgotada. Não é a melhor que já provei, título que, até agora, pertence a uma Pilsner Urquell Christmas Brew. Mas vale a experiência do chocolatão.
BrewDog
There is no Santa
4.7%
Edição especial de Natal
Stout quase sem corpo, mas com canela e melaço, gengibre, frutas cristalizadas, que lembram mesmo um Christmas Cake. É produzida com nibs de chocolate, que transmite um travo de chocolate amargo que combina bem com o amargo final. Na evolução, o nariz lembra o de um milk shake pelo chocolate forte e baunilha mais ainda. Pede uma carne nada natalina e vale uma ou outra experiência.
7-8