Pôr do sol: o negroni de Cristiana Beltrão
Bazzar, Ipanema, Rio de Janeiro
Oficialmente, um drinque clássico como o negroni deve ser vermelho como um rubi, uma pequena pedra precisa lapidada pelos bartenders, preparado conforme os versículos das bíblias dos coquetéis, certo? Errado. Recentemente, um grupo de especialistas – jornalistas, chefs, restaurateurs e um naipe de especialistas, de advogados a designers – sentaram-se em várias mesas paulistanas para eleger o negroni perfeito e definiram novos rumos para o drinque, em uma série de provas que geraram matéria de capa do caderno Paladar, do Estadão.
Uma das testemunhas informais desse processo foi Cristiana Beltrão, proprietária do Bazzar e diretora de criação de uma autêntica agência culinária. Conclusão: a bebida não era vermelha, mas de uma cor âmbar intensa, hipnótica, quase um pôr do sol. “Muita gente carrega no vermute e o drinque fica doce demais”, comenta ela, que sugeriu a seu barman Estevão, pequenas alterações na fórmula clássica, que prevê gim, campari e vermute tinto, um terço para cada.
“Peço um pouquinho mais de gim, de preferência o Tanqueray, que é menos perfumado, e troquei o vermute por Noilly Prat e Carpano autêntico.” A atenção da empresária não é gratuita: o drinque remete ao gosto de adolescência, quando degustava com seu pai, o ex-ministro Hélio Beltrão. Ou seja, isso não é uma receita – é um documento oficial.
Negroni
1/3 de gim Tanqueray
1/3 de campari importado ou, de preferência, Amaro Nonino
1/6 de Noilly Prat
1/5 de Carpano
1 fatia de laranja-baía
Em um copo curto, do tipo tumbler, combine os ingredientes
Mexa bem – nada de coqueteleiras
Enfeite com a fatia de laranja
muito bom! saúde!
assinado: um designer.
🙂
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