No dialeto siciliano, Lamùri é amor. E daqueles intensos, pelo paladar e pela estrutura desse vinho da linha da Tasca d’Almerita, um dos três que a marca produz a partir da uva tinta nero d’avola, ao mesmo tempo delicada e exuberante, na altitude da sede (duplo sentido) que Regaleali proporciona no interior da Sicilia. Apesar da pouca madeira – apenas estágio parcial (20%) de 12 meses em barrica nova francesa, o resto em barricas de segunda e terceira passagem -, o vinho tem ótima estrutura e notas defumadas agradáveis. E que não prejudica o frescor das suas frutas vermelhas e pretas (nclusive a jabuticaba, lembrou bem Cris Beltrão), que persistem e evoluem no copo, junto com o corpo sedoso do rótulo.
Em tempo: a foto do rótulo vermelho é válido para as safras até 2010. A partir de 2011, o rótulo passa a ser branco. Nada que prejudique seu passado, que começou com notas entre 84 e 88, na Wine Spectator e chega, hoje, aos 91 pontos de Robert Parker.
Riqueza, textura e longevidade são os adjetivos usados por Jancis Robonson para definir os vinhos produzidos com a nero d’avola, uma uva temperada pelo calor da Sicília. Pode gerar vinhos de impacto, como os da parte ocidental da ilha. Ou mais elegantes – sublimes, no entusiasmo de Hugh Johnson -, como os da parte oriental. “É uma uva que tem que ser colhida no momento preciso, pois o sol siciliano pode passa-la de verde a madura de um dia para o outro”, explica Nicola Massa, inspetore do guia Gambero Rosso e embaixador da marca no mundo do bom gosto.
Produtor: Tenuta di Regaleali
Região: Regaleali, Sicília
Denominação: Sicilia I.G.P.
País: Itália
Álcool: 13%
o vinho mais “jabuticaba” que conheço. 🙂
Você sabe até da mudança de rotulo. Não posso te esconder nada. 🙂